Relatório aponta que o público agora associa a interação humana ao acolhimento e à autenticidade / Imagem gerada por IA
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O setor de alimentação fora do lar está diante de uma encruzilhada tecnológica. Após anos de digitalização acelerada, o novo relatório de tendências da Restaurant365 para 2026 acende um alerta: o consumidor está recalibrando sua relação com a Inteligência Artificial (IA), como mostra a galeria abaixo:
Os dados apontam que a hospitalidade está sendo redescoberta como um diferencial competitivo. Para muitos clientes, a IA no contato direto — como bots de chat e menus estritamente digitais — começou a gerar um efeito de distanciamento.
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Essa percepção é confirmada por consumidores que buscam mais do que apenas comida. "Prefiro quando há alguém do outro lado, especialmente nos lugares que frequento sempre", afirma Anna Lívia de Castro Quirino, que trabalha justamente em um Serviço de Atendimento ao Cliente.
"O atendente já conhece meu gosto e oferece um acolhimento que a máquina não tem. Mesmo que não seja tão rápido quanto um clique, o atendimento humano não deixa dúvidas e faz toda a diferença para quem não tem tanta facilidade com o virtual", explica.
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No entanto, a IA está longe de ser uma vilã unânime. Para uma parcela dos consumidores, a tecnologia é a solução para gargalos históricos do setor, como a demora no atendimento em dias de casa cheia.
O dentista Daniel Vieira defende o formato como uma ferramenta de agilidade. "Acredito que esse formato possa agilizar o serviço. Algumas vezes o restaurante está tão cheio que a demora para fazer um pedido é maior do que para a preparação e entrega", ressalta.
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Para Daniel, a IA permite uma autonomia valiosa: "A possibilidade de tirar dúvidas e saber a ordem de preparação do pedido é algo possível sem interromper o serviço do garçom, que poderia estar servindo um prato ou fazendo outra coisa".
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O relatório sugere que o segredo não é excluir a tecnologia, mas movê-la para onde ela brilha mais: os bastidores (Back-of-House).
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IA de Gestão: Em vez de falar com o cliente, a IA será usada para prever estoques e reduzir o desperdício de alimentos, tornando os restaurantes mais sustentáveis.
Hiperpersonalização Sutil: A tecnologia será usada para cruzar dados de preferência e ajudar o garçom humano a oferecer o vinho ou prato ideal, unindo dados e empatia.
Sustentabilidade Rastreável: O público de 2026 exigirá saber a origem do que come. Sistemas de gestão integrados serão essenciais para garantir essa transparência em tempo real.
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Gamificação da Fidelidade: Esqueça os cartões fidelidade de papel. A tendência são clubes de benefícios digitais que oferecem experiências sensoriais exclusivas para clientes recorrentes.
O veredito para 2026 parece ser a "Tecnologia Invisível". O restaurante do futuro deve rodar com a precisão de um software nos bastidores, mas manter o calor humano na linha de frente. O desafio dos gestores será usar a agilidade defendida por Daniel Vieira para liberar a equipe para o acolhimento valorizado por tantos outros clientes.