Anomalia pode causar pane em redes elétricas do Brasil / Imagem de IA
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A Anomalia Magnética do Atlântico Sul voltou a ganhar atenção de pesquisadores porque o seu núcleo se desloca gradualmente para o oeste, ampliando a zona de menor intensidade magnética sobre o Brasil e países vizinhos. Identificada desde a década de 1950, a anomalia se caracteriza por um enfraquecimento do campo magnético terrestre em uma região determinada, permitindo maior penetração de partículas energéticas e aumentando riscos para satélites, redes elétricas e sistemas de navegação.
Estudos recentes mostram que a anomalia está em processo de intensificação, com o seu epicentro se aproximando mais da superfície terrestre. Esse avanço torna o Brasil uma área estratégica de observação desse fenômeno, que exige protocolos técnicos mais rígidos para missões espaciais e setores críticos na infraestrutura terrestre.
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Em órbita, satélites que cruzam a região são alvo de falhas em computadores de bordo, erros em relógios internos e perda de pacotes de dados — problemas que obrigam, muitas vezes, os aparelhos a entrarem em modo de segurança até deixarem a zona vulnerável. No solo, a preocupação recai sobre as correntes geomagneticamente induzidas, que podem sobrecarregar transformadores, distorcer reguladores de tensão e afetar cadeias elétricas e redes de telecomunicações.
Para lidar com riscos, campanhas de monitoramento são realizadas de forma contínua. Estações espalhadas pelo Brasil contribuem com dados que alimentam modelos preditivos e orientam ajustes em satélites, blindagens e protocolos de infraestrutura. A estratégia combina tecnologia e ciência, permitindo antecipar comportamentos futuros e agir de forma preventiva.
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O Brasil, por se situar praticamente no epicentro da anomalia, possui uma posição singular: pode tanto ser um ponto vulnerável quanto um laboratório natural para avançar no conhecimento geofísico. Nos próximos anos, será fundamental equilibrar a proteção imediata de ativos tecnológicos com investimentos em pesquisa.