Quantidade recomendada pela OMS é insuficiente, segundo estudo / Imagem: Pexels
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Para quem busca uma estratégia eficaz e de longo prazo contra a pressão alta, um novo estudo traz uma conclusão clara: é preciso manter o ritmo do exercício, especialmente durante os anos da meia-idade. A proteção contra a hipertensão não vem de um pico de atividade na juventude, mas sim da constância.
Esse compromisso sustentado com o exercício é vital para preservar a saúde do coração à medida que o indivíduo envelhece, sendo uma medida preventiva robusta. Um aspecto crucial que o estudo ressalta é a influência de fatores sociais e econômicos na capacidade das pessoas de manterem esse compromisso.
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A pesquisa, que rastreou a saúde de mais de 5 mil indivíduos em 4 cidades dos Estados Unidos, demonstra que a manutenção da atividade física é mais difícil para alguns grupos.
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A epidemiologista Kirsten Bibbins-Domingo, da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF), mencionou que, embora a atividade física seja alta na adolescência, esses padrões se modificam com o avanço da idade.
O trabalho recente indica que "manter a atividade física durante a idade adulta jovem – em níveis mais altos do que o recomendado anteriormente – pode ser particularmente importante" para barrar o avanço da hipertensão.
A hipertensão é uma doença séria, conhecida por ser um fator de risco para complicações como ataque cardíaco, AVC e o desenvolvimento de demência mais tarde na vida.
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É um problema de saúde disseminado, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicando que mais de um em cada quatro homens e cerca de uma em cada cinco mulheres sofrem da condição.
O diagnóstico é frequentemente tardio, pois a maioria desconhece ter a doença, daí o seu apelido de "assassino silencioso". O exercício é uma das formas mais poderosas de controlar e reverter a pressão alta, e o estudo de três décadas forneceu dados valiosos sobre a frequência ideal.
A pesquisa recrutou mais de 5 mil adultos e monitorou sua saúde, coletando informações sobre exercícios, tabagismo e consumo de álcool. Em cada avaliação clínica, a pressão arterial era medida três vezes, garantindo a precisão dos dados para a análise.
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Os participantes foram divididos em quatro categorias por raça e sexo, e a análise revelou um padrão preocupante: a atividade física caiu drasticamente em todos os grupos entre os 18 e os 40 anos. Essa queda na atividade coincidiu com o aumento das taxas de hipertensão nas décadas seguintes.
Jason Nagata, da UCSF, principal autor do estudo, apontou que quase metade de nossos participantes na idade adulta jovem tinha níveis subótimos de atividade física, um fator significativamente associado ao início da hipertensão.
Nagata sugere que essa evidência leva à necessidade de "elevar o padrão mínimo para a atividade física".
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O benefício da prevenção da pressão alta está na consistência e na intensidade superior ao mínimo recomendado. Os pesquisadores descobriram que praticar cinco horas de exercício moderado por semana no início da idade adulta – o dobro do mínimo atualmente recomendado – reduziu consideravelmente o risco de hipertensão.
Este benefício foi maximizado entre aqueles que mantiveram esse nível de atividade até os 60 anos de idade. Em seu artigo, os autores observaram que "Alcançar pelo menos o dobro das diretrizes atuais mínimas [de atividade física] para adultos pode ser mais benéfico para a prevenção da hipertensão".
Aos 60 anos, entre 80% e 90% dos homens e mulheres negros já haviam desenvolvido hipertensão, em contraste com pouco menos de 70% para os homens brancos e cerca de metade para as mulheres brancas. Os pesquisadores atribuíram essas disparidades a fatores socioeconômicos.
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Nagata explicou que "fatores socioeconômicos, ambientes de vizinhança e responsabilidades de trabalho ou família podem impedir o envolvimento contínuo na atividade física ao longo da idade adulta".
O estudo reforça a necessidade de abordar essas questões estruturais para garantir que todos tenham a oportunidade de manter uma vida ativa.