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Com milhões em investimento e estrelas do cinema, cidade virou a "Hollywood brasileira"

A infraestrutura atraiu produções nacionais e internacionais, além de grandes nomes do cinema e da televisão

Fábio Rocha

Publicado em 23/07/2025 às 15:15

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Um dos marcos culturais foi o Paulínia Film Festival, realizado sete vezes / Freepik/ArtPhoto_studio

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Localizada a 120 quilômetros da capital paulista, a cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, viveu um dos projetos mais ambiciosos do setor cultural brasileiro: transformar-se na “Hollywood brasileira”. 

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Impulsionado por uma arrecadação bilionária vinda da Refinaria de Paulínia (Replan), a maior da Petrobras, o município chegou a investir quase meio bilhão de reais na criação de um polo cinematográfico de padrão internacional.

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O plano era claro: diversificar a economia e posicionar Paulínia como um dos principais centros de produção audiovisual do Brasil. 

Para isso, a cidade construiu seis estúdios modernos, cidade cenográfica, escola de cinema, escritórios de produção e o imponente Teatro Municipal de Paulínia, estrutura comparável a grandes complexos de cinema ao redor do mundo.

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O resultado foi imediato. A infraestrutura atraiu produções nacionais e internacionais, além de grandes nomes do cinema e da televisão. 

Dica do editor: Você conhece? Essa cidade do interior foi eleita a mais bonita do estado de SP.

Estiveram por lá ícones como Fernanda Montenegro, Selton Mello, Tony Ramos, Danny Glover (Máquina Mortífera) e Michael Madsen (Kill Bill). Mais de 40 filmes foram rodados na cidade, entre eles: Salve Geral (2009), Chico Xavier (2010), O Palhaço (2011) e Bruna Surfistinha (2011).

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A cidade, que chegou a ocupar o 1º lugar no PIB per capita do Brasil em 2017, com R$ 344,8 mil por habitante, passou a ser vista como referência em cinema. 

Para ampliar o impacto, a prefeitura lançou editais de patrocínio à produção audiovisual, com destaque para o de 2014, que previa R$ 8,98 milhões em incentivos.

Um dos marcos culturais foi o Paulínia Film Festival, realizado sete vezes e considerado um dos mais importantes do país. O evento consolidou ainda mais a imagem da cidade como centro cinematográfico, mas a história não teve um final feliz.

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A partir de 2012, o projeto começou a ruir. O festival foi cancelado, voltou em 2014, e foi novamente interrompido no ano seguinte, sob justificativas de crise financeira e problemas com contratos. 

Ao mesmo tempo, a cidade mergulhou em uma profunda instabilidade política: entre 2009 e 2023, Paulínia teve 18 prefeitos diferentes, marcando uma sequência de cassações, trocas e disputas judiciais.

Com a falta de continuidade nas gestões e o fim dos investimentos, o sonho de manter Paulínia como a Hollywood brasileira se dissolveu. 

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O imenso complexo audiovisual perdeu força, produções deixaram de ser realizadas, e o polo se tornou símbolo de um grande investimento que não resistiu à política local.

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