Cotidiano

Vítimas do incêndio na Vila Esperança reclamam de descaso da prefeitura

De acordo com os entrevistados, o prazo para que eles deixassem o Centro se encerrou ontem, às 17h, sem que a Secretaria de Habitação explicasse qual seria o destino de quem não tem para aonde ir

Vanessa Pimentel

Publicado em 24/08/2018 às 11:00

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Além da falta de informações oficiais, as vítimas dizem que as doações levadas para o Fundo de Solidariedade, bem como as cestas básicas, não foram entregues / Rodrigo Montaldi/DL

As vítimas do incêndio que atingiu 17 moradias na Vila Esperança na última segunda-feira alegam que a Prefeitura tem agido com descaso com as famílias que, por não terem parentes próximos, precisaram ir para o Centro de Capacitação Comunitária da Sociedade de São Vicente de Paulo, local cedido de forma emergencial.

De acordo com os entrevistados, o prazo para que eles deixassem o Centro se encerrou ontem, às 17h, sem que a Secretaria de Habitação explicasse qual seria o destino de quem não tem para aonde ir. 

Além da falta de informações oficiais, as vítimas dizem que as doações levadas para o Fundo de Solidariedade, bem como as cestas básicas, não foram entregues e o serviço de apoio que os levaria para tirar novos documentos no Poupatempo não apareceu. 

“Tudo o que a gente recebeu de doação foram os próprios munícipes que entregaram aqui no Centro. Se não fossem eles, não teríamos nem roupa pra trocar porque ainda não veio nada do Fundo de Solidariedade”, diz Patricia Lopes da Silva.

“Nós precisamos de uma resposta concreta da Secretaria de Habitação porque não sabemos o que vai acontecer com a gente. Disseram que seríamos transferidos para o Centro Pop (Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua), mas não tem cabimento isso. Não é desmerecendo as pessoas que estão lá, mas como vão juntar criança com adultos numa instituição que não é específica para casos como o nosso?”, questiona ela. 

Outra preocupação se refere à afirmação feita pelo prefeito no dia do incêndio de que a área atingida já tinha sido removida há anos, mas foi invadida de novo. “Eu fiz a atualização cadastral da minha casa em 2011, ou seja, não foi ali que fizeram a remoção”, afirma Patricia. Ela está aflita porque, se confirmada a remoção, ela não poderá reconstruir a casa e tentar recomeçar a vida. 

Além de todas essas angústias, as famílias que têm filhos estão preocupadas com uma suposta ação do Conselho Tutelar que teria como objetivo afastar temporariamente as crianças até que os pais conseguissem um novo lugar para ­morar.

Respostas

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que não conseguiu contato telefônico com as equipes em campo, por isso ficou impossibilitada de responder todas as perguntas enviadas pela redação. 
Apenas adiantou que quem não conseguiu alojamento na casa de parentes seria transferido para instalações de uma entidade conveniada. 

Em relação à afirmação do prefeito, explicou que anos atrás, dentro de um projeto de urbanização da Vila Esperança, foi aberta uma clareira para o início das obras, e em seguida ocorreu uma reinvasão desse espaço. Por isso, seria necessário recuperar informações da época para saber se de fato o local do incêndio é o mesmo da obra citada.

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