'Tenho o senso de responsabilidade de que tem muito a ser feito ainda'

Entrega de obras e ênfase especial na busca por parcerias para sanar problemas antigos: essas são as prioridades do prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício. 

Nos 60 anos da cidade, o Chefe do Executivo afirma que lutará para manter os avanços obtidos e aliar desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente. Confira a entrevista.

Diário do Litoral - Como o senhor enxerga esses dois anos à frente da Prefeitura e como prevê o próximo período?

Luiz Maurício – Contamos um verdadeiro enredo desses dois anos. A cidade estava em uma situação muito complicada quando assumimos, com dívidas de aproximadamente R$ 70 milhões, todas as certidões negativadas e salários que vinham sendo pagos em atraso. Era um momento muito delicado e desde aquela época vínhamos falando que era o momento de reconstruir a credibilidade do governo. Peruíbe era reconhecida pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal como município que perdia recurso, pois indicavam verbas ou destinavam uma emenda parlamentar e a cidade não conseguia receber os recursos. Foram dois anos de muito trabalho e planejamento para reorganizar a prefeitura e solucionar a questão financeira, renegociando dívidas e implantando o método de gastar menos do que se arrecada. Nesses dois anos conseguimos solucionar isso, visto que o próprio Tribunal de Contas deu parecer favorável em nossas contas de 2017. Esse ano começa em um formato novo, pensando nas entregas desses trabalhos e pensando na continuidade desses trabalhos. Acredito muito no trabalho que está sendo feito de toda a equipe.

Diário – Quais entregas podemos destacar para as próximas semanas?

Luiz Maurício – Na semana do aniversário vamos entregar obras importantes como o Ginásio do Delcélia Joselita Machado Bezerra, que é uma escola que abrange a Vila Romar, um bairro populoso da cidade. Esse ginásio será usado pela escola e pela comunidade nos horários em que a escola não estiver em funcionamento. Estamos também reformando e ampliando a EMEI Caraminguava IV de educação infantil, dobrando a capacidade de atendimento dela. Temos mais duas escolas: a EMEI Caraguava II e a Vila Romar, que estão sendo ampliadas e reformadas e serão entregues até maio. Temos calçamento na rua Presidente no Caraguava e o Centro Comunitário que foi reformado. O antigo Fórum que reformamos para que fosse utilizado como sede de equipamentos da prefeitura, como a Secretaria de Assistência Social e o Departamento de Recursos Humanos. Estamos saindo de aluguéis para utilizar prédios públicos, trazendo economia para o município. Temos R$12 milhões sendo investidos em infraestrutura como pavimentação, recapeamento de vias, calçamento e ciclovias.  Iniciamos também um programa de iluminação na cidade. A maternidade é nosso troféu e devemos entregar até o meio do ano. Tínhamos na campanha o compromisso de entregar em seis meses, mas não conseguimos, pois o projeto era muito maior e tivemos problemas na licitação e na execução do contrato. Mas agora isso está solucionado e ela será entregue. São obras importantes e necessárias para a população.

Diário – Peruíbe tem 80% do território em área de preservação permanente. Como aliar crescimento econômico com respeito ao meio ambiente?

Luiz Maurício – Enxergo a questão ambiental como uma jóia. A questão do meio ambiente bem trabalhada pode ser o grande diferencial de Peruíbe e do Estado de São Paulo. Aqui temos a Estação Ecológica Jureia, que faz parte de nossas divisas e faz com que a cidade seja muito procurada por turistas que prezam pela questão ambiental. Recentemente fomos premiados com o selo Top Destinos Turísticos no Segmento Ecoturismo e isso trouxe a cidade para uma mídia da área turística importante. Temos uma vocação inegável e entendemos que isso impacta no desenvolvimento, economia e geração de empregos. Queremos fortalecer o calendário turístico que é o que a gente acredita.

Diário – Pensando em cidade e Região Metropolitana, quais são suas reinvindicações ao novo ­governo?

Luiz Maurício – Acredito muito no governador João Doria. O apoiei e acredito muito que São Paulo precisava nesse momento desse perfil: um profissional com dinamismo e vontade mudança. A principal reinvindicação é para a pasta da Saúde. Aqui em Peruíbe sofremos muito com isso, com o hospital em obras e a própria questão da maternidade. Dependemos também a todo o momento da Central de Regulação de Vagas e isso é um problema, pois até internações de baixa complexidade dependem do sistema. A questão da mobilidade também, pois quando se pensa em desenvolvimento precisamos facilitar o acesso. Focar na duplicação da Avenida Padre Manoel da Nóbrega até a BR 116 como essencial para isso e também a questão do VLT e BRT, utilizando a linha férrea desativada. São questões que já trabalhamos no Condesb e que levaremos para o Governo do Estado. 

Diário – Tocando nesse assunto, qual o balanço o senhor faz da questão da saúde na cidade?

Luiz Maurício - Peruíbe tinha um Hospital e Maternidade que foi interditado em agosto de 2014 e desde então esse problema não tinha sido enfrentado. Quando assumimos essa era nossa prioridade. A Saúde em Peruíbe depende muito da estrutura regional, tanto para hospitais como para exames. Tenho um compromisso do governador de acelerar a construção do hospital, que está finalizando a primeira fase esse mês e estadualizar o nosso AME, que também é uma reinvindicação antiga. Na questão local essa restruturação já vem sendo feita: contratamos equipes de saúde da família e renovamos a frota da atenção básica. Focamos em planejamento e busca de recursos e no total foram quase R$ 30 milhões vindo para a cidade para que a gente pudesse fazer esses investimentos. Vemos o avanço nisso: na restruturação de funcionamento de serviços. Agora queremos avançar em estrutura física: já estamos licitados para iniciar a obra da UBS do Jardim Brasil e a Casa da Mulher será reformada, além da construção da UBS do Centro ainda neste ano e a ampliação no atendimento da Saúde.

Diário - Há um plano de solucionar a questão das enchentes?

Luiz Maurício – A situação depende de grandes investimentos que a Prefeitura sozinha não tem a mínima possibilidade de fazer. Estima-se no plano de micro e macrodrenagem do município um orçamento de R$200 milhões. E nosso orçamento anual é de R$260 milhões. Já existem reinvindicações junto ao Governo Estadual e Federal, mas o momento de país não possibilita a liberação de recursos dessa grandeza. Vamos começar um projeto menor de drenagem na Nova Peruíbe, mas a questão das enchentes é consolidada por conta das ocupações irregulares em áreas próximas aos rios, sem planejamento urbano e estrutura de escoamento de águas. Precisamos enfrentar essa situação falando a verdade. Não adianta eu ir no bairro atingido e falar que vou resolver, mas estou com planejamento e projeto.

Diário do Litoral – Qual mensagem o senhor deixa para a população nesses 60 anos de Peruíbe?

Luiz Maurício – Uma mensagem de otimismo. Tenho orgulho de estar presente na cidade. Assumimos a cidade em um momento muito difícil e sabíamos disso. Tenho confiança no trabalho da equipe e tenho certeza que no final entregaremos uma cidade muito melhor, com serviços funcionando e o povo em um clima de otimismo. Não tenho dúvida em afirmar que a cidade hoje está muito melhor que há dois anos, mas também tenho o senso de responsabilidade de que tem muito a ser feito ainda. (Rafaella Martinez)