Cotidiano

Táxis em SP passaram a usar películas antivandalismo contra gangues do 'quebra-vidro'

Medida publicada no Diário Oficial busca aumentar a segurança de motoristas e passageiros após série de furtos e assaltos em semáforos da capital.

Ana Clara Durazzo

Publicado em 14/10/2025 às 11:45

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A decisão da Prefeitura vem na esteira de ocorrências violentas envolvendo ataques de ladrões a motoristas e passageiros / Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

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Os táxis cadastrados na cidade de São Paulo poderão, a partir de agora, utilizar películas de vidro antivandalismo em seus veículos. A medida foi publicada pela gestão Ricardo Nunes (MDB) na edição desta segunda-feira (13) do Diário Oficial do Município e tem como objetivo reforçar a segurança de motoristas e passageiros, em meio ao aumento dos ataques das chamadas gangues do 'quebra-vidro' — criminosos que estouram janelas de carros parados no trânsito para roubar celulares e outros objetos

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Medida busca reduzir furtos e aumentar segurança

De acordo com a portaria, está autorizada a instalação de películas de proteção antivandalismo em todos os veículos cadastrados para o transporte individual de passageiros providos de taxímetro, em todas as categorias.

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Essas películas criam uma barreira de resistência entre o vidro e o interior do carro, dificultando a ação de criminosos e evitando ferimentos em casos de tentativa de arrombamento.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito informou que a iniciativa busca reduzir o número de furtos e roubos — especialmente os de celulares, que representam um dos crimes mais comuns na capital.

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Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 476,1 mil furtos de celulares em 2024, com forte concentração em grandes centros urbanos como São Paulo.

Regras e limitações da nova autorização

A portaria estabelece que as películas devem ser transparentes em veículos que circulam por faixas e corredores exclusivos de ônibus, de modo a não prejudicar a fiscalização interna feita por agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Além disso:

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É proibido o uso de películas refletivas ou espelhadas;

O material deve garantir visibilidade adequada das luzes e sinais de trânsito, sem comprometer a segurança;

O permissionário deverá apresentar nota fiscal e certificado de conformidade do produto durante as vistorias periódicas.

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A regra se aplica apenas aos táxis. No caso de veículos de aplicativo, o uso de películas de proteção já era permitido, desde que respeitadas as normas de trânsito.

Contexto de violência: casos recentes reacenderam o debate

A decisão da Prefeitura vem na esteira de ocorrências violentas envolvendo ataques de ladrões a motoristas e passageiros. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em março deste ano, quando a vice-cônsul da Colômbia, Claudia Ortiz Vaca, foi atingida por uma bala perdida na Avenida 9 de Julho.

O disparo aconteceu após um policial militar de folga reagir a uma tentativa de assalto contra um táxi que estava à frente de um carro de aplicativo. Segundo o boletim de ocorrência, os criminosos quebraram o vidro do táxi para roubar o celular de uma passageira, o que desencadeou o confronto.

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Episódios como esse têm gerado preocupação entre taxistas e passageiros, que reclamam da sensação de insegurança durante o trabalho e das frequentes investidas das gangues em semáforos e vias movimentadas da capital.

'Medida necessária e urgente', dizem motoristas

Para os profissionais do setor, a autorização chega em boa hora. O taxista Carlos Henrique dos Santos, que atua há 18 anos no Centro, avalia a medida como 'um avanço na proteção da categoria'.

'A gente trabalha com medo. Muitas vezes os ladrões não levam só o celular, quebram o vidro com tudo. Essa película pode não resolver o problema todo, mas já ajuda a evitar tragédias', comenta.

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A Prefeitura afirmou que a portaria integra um conjunto de ações voltadas à segurança no transporte individual, incluindo reforço na iluminação pública e monitoramento com câmeras inteligentes em áreas de maior risco.

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