Cotidiano

Reportagem do DL sobre abandono de crianças no Centro repercute na Câmara

Com o jornal na mão, Fabiano da Farmácia cobrou providências do prefeito com relação ao abandono das crianças da região

Carlos Ratton

Publicado em 10/05/2017 às 08:00

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Fabiano da Farmácia vai unir forças com outros vereadores para mudar realidade da Zona Noroeste / Divulgação

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A reportagem intitulada “Abandono condena crianças na região da Zona Noroeste”, veiculada no último domingo, ecoou no dia seguinte, na Câmara de Santos. Na última segunda-feira, usando a tribuna da Casa, o vereador Fabiano Batista Reis, o Fabiano da Farmácia (PR), nascido e criado no bairro da Areia Branca, desabafou em plenário: “muitos ignoram e nunca vão conhecer a triste realidade dos meninos e meninas que vivem na Zona Noroeste, como bem retratou a reportagem do Diário. Um verdadeiro filme sobre vulnerabilidade social. Precisamos de ações a curtíssimo prazo. Até quando a Zona Noroeste permanecerá esquecida, prefeito (Paulo Alexandre Barbosa)”, disse.

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Fabiano, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da Casa, ratificou ontem que irá cobrar projetos e equipamentos públicos na região.

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“Eu nunca vi uma situação tão crítica como a atual. Os governos perderam um pouco a mão. É inconcebível o número de palafitas existente em Santos. Minha filha morou numa. É preciso uma ação social mais efetiva na ZN. É incrível mas as pessoas se acostumaram em morar daquela forma. É preciso mudar isso”, desabafou.

Audiência

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O parlamentar está marcando uma audiência pública para discutir a questão do abandono das crianças pelo poder público e vai participar, hoje, às 18h30, de outra, marcada pelo vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha (PSDB), no auditório Zeny Goulart da Câmara, localizada à Praça Tenente Mauro Batista Miranda, nº 01- Vila Nova.

O encontro é também reflexo de duas reportagens especiais do Diário do Litoral – “Estupro e morte rondam mulheres e crianças de Santos”, publicada em 19 de março, e “Meninas são exploradas sexualmente em Santos”, publicada em 30 de abril passado, mostrando o drama de morar na área central do Município.

“Estamos juntando forças para enfrentar essas situações. Quero iniciativas operacionais para a ZN. Não podemos esperar obras serem concluídas para que os projetos iniciem. É possível melhorar a iluminação, criar iniciativas culturais e esportivas na região. As crianças estão ociosas. Vamos implantar ruas de lazer. Sou da base do Governo, mas sou da Zona Noroeste e vou fazer valer o meu bom dia e meu boa noite, que começa e termina lá”, finaliza.     

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Conforme denunciado no último domingo pelo coordenador do Conselho Tutelar da Zona Noroeste, Gian Karlo Xavier, a precária infraestrutura urbana e a falta de equipamentos públicos básicos estão proporcionando o aliciamento de dezenas meninos ao crime e expondo meninas ao assédio e à exploração sexual na região, que faz divisa com São Vicente.

Sem educação e saúde de qualidade; cultura, esportes e lazer mínimos e um ambiente socialmente saudável, as crianças, moradoras da Vila dos Criadores, Telma, Pantanal, Capadócia, Alemoa e outros tão carentes como passam o dia se agarrando no que podem por uma vida melhor, nem que seja como “avião” de um traficante ou na boleia do caminhão de um motorista a procura de algumas horas de sexo extraconjugal.

“As autoridades que têm poder de decisão, a caneta nas mãos, e a sociedade que vive na Zona Leste da Cidade ignorando a situação podem esperar: essa conta vai chegar, mais cedo o mais tarde, por intermédio de uma batida do cano de um revólver no vidro do carro durante um passeio, de dia ou à noite, nos equipamentos públicos sociais próximos à orla da praia, na saída de um teatro ou cinema, nas imediações de um curso ou faculdade e outros locais que muitas dessas crianças não têm e sequer terão a oportunidade de conhecer”, afirmou Xavier.

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