Cotidiano

Porto de Santos renuncia a R$ 40 milhões para impulsionar sustentabilidade

Autoridade Portuária amplia políticas de incentivo a navios e terminais de baixa emissão e aposta na transição energética como diferencial

Luna Almeida

Publicado em 11/11/2025 às 20:22

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O programa de incentivos já representou R$ 40,6 milhões em descontos tarifários / Divulgação/APS

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O Porto de Santos vem assumindo papel de liderança na agenda ambiental do setor portuário brasileiro. Em sintonia com as metas de descarbonização propostas pela Organização Marítima Internacional (IMO) e pelo Acordo de Paris, a Autoridade Portuária de Santos (APS) reforça seu compromisso com a sustentabilidade ao adotar políticas que privilegiam eficiência energética, uso de fontes renováveis e estímulo direto a práticas sustentáveis no complexo santista.

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Desde 2023, o programa de incentivos já representou R$ 40,6 milhões em descontos tarifários para navios e terminais que seguem padrões ambientais internacionais. 

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Somente em 2025, a estimativa é de R$ 16,8 milhões em valores não arrecadados. Segundo a APS, os benefícios são concedidos a embarcações que reduzem ruídos e emissões de carbono e a terminais que realizam inventários completos de gases de efeito estufa e detalham suas matrizes energéticas.

“Para a APS, isso não é perda de receita, é investimento”, afirma o presidente Anderson Pomini. “Assumir a vanguarda desse processo representa mais do que atender normas globais; é conquistar uma vantagem estratégica para continuar atraindo parceiros comprometidos com cadeias logísticas de baixo impacto ambiental.”

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Três frentes de transformação verde

Responsável por 80% do comércio global e por cerca de 3% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, o setor marítimo é considerado um dos pilares para o alcance das metas climáticas. 

De acordo com a IMO, a transição dos portos depende de três eixos centrais: eficiência logística, biocombustíveis e energia renovável.

Nesse contexto, a APS firmou, em outubro, um acordo com a Fundação Valenciaport para elaborar o Plano de Descarbonização e o Plano Diretor Energético (PDE) do Porto de Santos. 

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Ambos os estudos devem ser entregues em até 22 meses e servirão de base para a transição das operações portuárias para modelos menos poluentes.

O Plano de Descarbonização estabelecerá diretrizes para reduzir emissões em todas as esferas operacionais, incluindo terminais, embarcações, ferrovias e rodovias que compõem o complexo da Baixada Santista. 

Já o PDE traçará as etapas de substituição gradual dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpa, como a elétrica e o hidrogênio verde.

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Energia limpa e tecnologia a serviço da eficiência

Desde 2024, o Porto de Santos tem desenvolvido um projeto pioneiro de eletrificação do cais, abastecendo os cerca de 20 rebocadores que operam no local com energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Itatinga. A meta é ampliar essa fonte para outras áreas operacionais nos próximos anos.

Outra frente de inovação é a parceria com o Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos, responsável pelo desenvolvimento de sistemas de monitoramento e sequenciamento de caminhões e embarcações, reduzindo o tempo de espera e, consequentemente, o volume de emissões.

O Sistema de Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (VTMIS), em fase de implantação, também deve otimizar o fluxo marítimo, aumentando a previsibilidade e a segurança operacional.

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“Como maior porto do Hemisfério Sul, temos a responsabilidade de unir tecnologia e sustentabilidade. A parceria com o PIT é um marco para preparar Santos para o futuro e alinhar nossas práticas às melhores referências globais”, destaca Beto Mendes, diretor de Operações da APS.

Fontes limpas e corredores verdes

A APS também estuda a repotencialização da Usina de Itatinga, com o objetivo de ampliar sua capacidade e incorporar a produção de hidrogênio verde, o que permitiria atender boa parte da demanda energética do complexo.

Além disso, as instalações de Gás Natural da Baixada Santista vêm se consolidando como alternativa estratégica na transição para combustíveis menos poluentes, favorecendo o abastecimento de navios com gás de baixo carbono.

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“Nosso propósito é consolidar corredores marítimos verdes, garantindo que os portos de origem e destino tenham infraestrutura para oferecer combustíveis sustentáveis e de baixo impacto ambiental”, explica Sidnei Aranha, superintendente de Meio Ambiente da APS.

Com esse conjunto de ações, o Porto de Santos não apenas reforça sua posição como o maior da América Latina, mas também se coloca na dianteira da agenda de transição energética e inovação sustentável, projetando o Brasil como referência em logística portuária verde.

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