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Cotidiano

Polícia Federal faz apreensão em gabinete da vereadora Andressa Salles

Ação faz parte da Operação Cadeia Alimentar II, deflagrada nesta manhã; em nota, assessoria da parlamentar afirma que não tem ciência do teor dos autos e que está à disposição da justiça

Da Reportagem

Publicado em 26/11/2019 às 13:48

Atualizado em 26/11/2019 às 14:03

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Assessoria de Andressa Salles afirma que não tem ciência do teor dos autos e que está à disposição da justiça / Rodrigo Montaldi/Arquivo DL

Três HDs e documentos diversos foram apreendidos pela Polícia Federal no gabinete da vereadora Andressa Salles nesta manhã, em Guarujá. A ação fez parte das investigações da Operação Cadeira Alimentar II, que apura irregularidades em procedimentos licitatórios e desvio de verbas relacionados à compra de merenda escolar de aproximadamente 50 municípios do Estado. Na Baixada Santista, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão nas cidades de Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente.

As irregularidades sob investigação abrangem contratos para fornecimento de alimentação escolar nos municípios de Americana, Barretos, Barueri, Cubatão, Franca, Guarujá, Guarulhos, Iperó, Itapetininga, Jandira, Jarinu, Limeira, Marília, Morro Agudo, Paulínia, Peruíbe, Pirassununga, Porangaba, Rio Claro, São Carlos, São Roque, São Vicente, Sorocaba e Taquaritinga. Entre os alvos dos mandados estão empresários, ex-prefeitos, servidores e ex-servidores municipais, secretários e ex-secretários de prefeituras, além da vereadora.

A operação é uma continuidade da Operação Cadeia Alimentar, deflagrada em maio do ano passado. Os alvos são investigados pela prática de organização criminosa, fraude a licitações, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva e prevaricação. Segundo as apurações, o esquema foi capitaneado por um frigorífico sediado na cidade de Brodowski, com o auxílio de outras firmas do mesmo grupo.

A partir do pagamento de propinas, que giravam em torno de 10% do valor dos contratos, os envolvidos direcionavam licitações para favorecer a empresa lançando mão de uma série de fraudes, como a simulação de concorrência, o ajuste prévio de preços e a inclusão de exigências técnicas nos editais que limitavam a participação de outros interessados.

Concluídos os processos de seleção, o frigorífico fornecia os produtos com superfaturamento ou, em alguns casos, sequer os entregava, embora recebesse os pagamentos referentes a eles.

Os mandados de busca e apreensão visam à coleta de dispositivos e mídias eletrônicos que contenham o registro dos diálogos entre os investigados por mensagens de aplicativo ou e-mails. Além de autorizar as prisões e a obtenção desses itens, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos envolvidos, em quantia que alcança o total de R$ 2 bilhões.

Viatura da Polícia Federal durante cumprimento de mandado no gabinete da vereadora (Foto: Reprodução)

Outro lado

Em nota, a assessoria de imprensa de Andressa Sales afirma que a vereadora encontra-se de licença médica desde o dia 12.11.2019 e que não tem ciência do teor dos autos. Reitera, no entanto, que confia no trabalho do Ministério Público e Justiça Federal e que “acha estranho que no momento mais combativo de seu mandato, fatos como este surjam para denegrir a imagem de uma parlamentar exemplar que luta pelas comunidades mais carentes da cidade”.

Destaca ainda que a parlamentar está inteiramente à disposição da justiça e que assim que receber alta médica irá se pronunciar acerca do fato.

A Câmara de Guarujá diz que não vai se pronunciar, uma vez que o caso envolve a atividade empresarial e não parlamentar.

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