Segundo integrantes da corporação, a chamada "cela de Bolsonaro" foi montada há mais de três meses / Antonio Cruz/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) estruturou uma cela especial para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em caso de prisão em regime fechado. Atualmente em recolhimento domiciliar desde o último dia 4, o político poderá ser transferido para o espaço localizado no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, no Setor Policial de Brasília.
Trata-se de uma sala improvisada, adaptada com cama, mesa de trabalho, cadeira, televisão e banheiro reservado.
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O modelo segue o mesmo padrão da estrutura que recebeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, entre 2018 e 2019, quando o petista também cumpriu prisão. Outro ex-presidente, Fernando Collor de Mello, foi custodiado em condições semelhantes, em uma sala especial usada como cela em Maceió (AL).
Segundo integrantes da corporação, a chamada “cela de Bolsonaro” foi montada há mais de três meses, sem foco exclusivo no ex-presidente. A intenção era ter um espaço pronto para qualquer autoridade que pudesse ser detida. Policiais ressaltam que se trata de um local para custódia individual, que pode ser utilizado por outras figuras públicas, caso necessário.
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Delegados envolvidos nas discussões avaliam que existem alternativas caso o Supremo Tribunal Federal (STF) determine uma prisão em regime fechado.
Entre elas, a possibilidade de custódia em instalações militares, por Bolsonaro ser do Exército, ou em batalhão da Polícia Militar do DF, como ocorreu no caso do ex-ministro Anderson Torres.
Ainda assim, a sede da PF em Brasília aparece como uma das opções mais viáveis, já que a cela já foi preparada para essa finalidade.
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A estrutura foi definida após consultas da cúpula da Polícia Federal e da Vara de Execuções Penais do DF sobre locais adequados para custodiar o ex-presidente. Na sede da instituição não há espaços destinados a detenções, o que levou à adaptação do ambiente.
A preparação da cela ocorre no mesmo momento em que Jair Bolsonaro foi indiciado em mais um inquérito da Polícia Federal, desta vez por coação no curso de processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
De acordo com a investigação, ele e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam atuado em busca de sanções internacionais contra o Brasil e contra ministros do Supremo Tribunal Federal, numa tentativa de interromper processos e julgamentos relacionados ao plano de golpe de Estado no qual o ex-presidente é réu.
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