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Cotidiano

Motoristas de ônibus de Santos e PG podem perder até metade de seus salários

A denúncia é dos funcionários e do sindicato, que pedem apoio das prefeituras para evitar corte de até 50%

Carlos Ratton

Publicado em 31/03/2020 às 07:00

Atualizado em 31/03/2020 às 11:58

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Motoristas estão apreensivos com a possibilidade de perder metade dos salários já em abril / Nair Bueno/DL

A direção do Grupo Piracicabana - responsável pelo transporte público urbano de Santos e Praia Grande - estuda a possibilidade de reduzir pela metade os salários dos motoristas e funcionários. A situação está sendo alardeada pelos trabalhadores e confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região (Sindrod-Santos). A justificativa é a queda de usuários por conta da pandemia de coronavírus.

Os empregados informam que a medida é injusta porque todos continuam trabalhando normalmente e a empresa, para economizar, ainda trocou ônibus convencionais por micro-ônibus, acarretando superlotação em algumas linhas e, consequentemente, segundo eles, facilitando a contaminação pelo vírus COVID-19.

"A ordem da Prefeitura de Santos é manter as janelas abertas e evitar lotação. Mas a empresa coloca carros menores e os trabalhadores que não podem deixar de trabalhar acabam ficando amontoados, inclusive em cima da gente", afirmou um motorista.

Informativo

O sindicato fez um informativo alertando que uma alteração no parágrafo quarto, da cláusula terceira, do Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho, firmado com a empresa ainda este mês, já permitia redução salarial e jornada de trabalho em 25% e, a partir amanhã (1º de abril), de até 50%.

"Enquanto o governo, em sua letargia, não se pronuncia em prol dos serviços essenciais tais como, ônibus e empresas de transporte de cargas, seguimos em sacrifício para manter os empregos", informa o sindicato via panfleto eletrônico.

Vídeo

Ao mesmo tempo, o presidente da entidade sindical, Valdir Pestana, afirma que algumas empresas estão sendo oportunistas e obrigando trabalhadores a assinar um acordo individual e irregular, sem aval do Sindrod-Santos, apenas garantindo uma cesta básica.

"O termo aditivo que estamos negociando visa garantir o emprego do trabalhador e o sustento das famílias. Os transportes público e de carga são serviços essenciais. Estão querendo nos empurrar algo desumano e injusto. Começamos com 25%. Queremos manter a cesta básica, o vale-refeição proporcional, os direitos, estabilidade no emprego e sistema de rodízio enquanto a pandemia perdurar", afirma Pestana, que vai apelar por uma intermediação das prefeituras.

Prefeituras e empresas

A Prefeitura de Santos alega que acompanha as negociações e entende que está havendo consenso entre as partes. Sobre a troca de carros, diz que houve reprogramação da frota em operação, com utilização de micro-ônibus em algumas linhas e que, mesmo com a redução da frota, a oferta é garantida de maneira que os carros não circulem com passageiros em pé, inclusive nos períodos de pico. Diz ainda que solicitou o reforço na limpeza e higienização dos coletivos.

A Prefeitura de Praia Grande informa que, com relação aos profissionais que atuam na empresa concessionária do transporte público, não foi estudada nenhuma medida. A Piracicabana vem sendo procurada desde a última sexta-feira, mas não se posicionou.

 

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