X

Cotidiano

Márcio França tem assinatura falsificada

O socialista teria rubrica falsa em lista de apoio ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que causou tumulto na Câmara por querer homenagear a Ditadura

Publicado em 03/04/2014 às 10:21

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Após concordar com iniciativa do advogado vicentino do Partido Socialista Brasileiro (PSB) Jefferson Teixeira – em expor no Facebook a identidade de “rivais virtuais” da legenda e oferecer “recompensa” para quem fornecer informações sobre eles visando futuras ações judiciais – Márcio França acaba de ser envolvido em nova polêmica, só que desta vez, sem conivência com o protagonista, no caso o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Segundo o blog ‘Panorama Político’, de O Globo, do colunista Ilimar Franco, o socialista e presidente do PSB estaria entre os 86 deputados que assinaram a ‘indigesta’ proposta de Bolsonaro em homenagear à Ditadura Militar, na Câmara dos Deputados, no dia 1º.

Na verdade, a sessão solene, a pedido da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), partido de França, faria uma homenagem àqueles que foram vítimas do regime militar. Entre os convidados para a solenidade estava Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart, deposto pelo regime em 31 de março de 1964.

Conforme divulgado pela Imprensa, uma manifestação contra a fala de Bolsonaro provocou o encerramento da sessão, marcada para relembrar os 50 anos do Golpe que instalou a Ditadura no País. Parentes de mortos e desaparecidos do regime autoritário viraram-se de costas quando Bolsonaro, defensor da ditadura e da repressão militar, subiu à tribuna. Eles também exibiram cartazes com fotos de pessoas mortas durante a ditadura. Um deles dizia: “A voz que louvou a ditadura calou a voz da cidadania”.

 Deputado federal garante que foi um equívoco e que alguém teria assinado na frente de seu nome (Foto: Arquivo/DL)

Nega assinatura

A Assessoria do deputado informou ontem que a assinatura não é de França, mas trata-se de um risco em frente ao nome dele. Revela que, quando tomou conhecimento, foi verificar a relação de nomes e constatou que não era sua assinatura e muito menos seu visto. “Imediatamente, enviou requerimento à Mesa da Câmara solicitando a retirada do seu nome da lista por não tê-la assinado e nem mesmo tomado conhecimento do teor da proposta do deputado Jair Bolsonaro”, finaliza a nota.

Advogado

Na polêmica do advogado, publicada com exclusividade pelo Diário do Litoral também no dia 1º, França manifestou apoio e ainda pediu ajuda, alertando que valores obtidos com as futuras indenizações – provenientes de supostas condenações judiciais – seriam doados à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Vicente.

Conforme apurado, muitos internautas acreditaram que a atitude Jefferson Teixeira e do deputado Márcio França seria uma maneira de intimidar pessoas que discordam do mandato do socialista e de como seu partido se posiciona. Há também quem acredite que a iniciativa de ambos afronta a liberdade de expressão.

Um advogado, utilizando-se do mesmo expediente de Jefferson Teixeira, postou: “prezado colega Jefferson. Represento algumas das pessoas que constam de vossa lista, se sentiram constrangidas com sua publicação e desejam processá-lo. Me ajude enviando seus dados pessoais e endereço para viabilizar o processo judicial”, escreveu, oferecendo todos os contatos, inclusive endereço do escritório no Centro de São Vicente.

O advogado e jornalista Eraldo Santos, do grupo Liberdade de Expressão, também mostrou indignação: “a publicação da lista soa como verdadeira ‘caça a criminosos’ e as expõem a sérios riscos, na medida em que a vida privada e a intimidade também são protegidas constitucionalmente. Custa crer que o deputado Márcio França esteja fomentando ações como essa, pois embora tenha iniciado sua vida pública no final da ditadura, tem pleno conhecimento dos malefícios e danos proporcionados por aquele período para a Nação”.

Por que o espanto?

Sobre a questão envolvendo seu advogado, o socialista afirma não saber por que o espanto e indignação por constarem em um alguma lista de pessoas processadas, se em outro momento atrás não tiveram nenhum receio de publicar ou compartilhar palavras e termos altamente ofensivos a sua honra. “Fui ofendido, minha esposa, meus filhos e minha família por pessoas que não conheço e muitos se escondem no Face e desconhecem (ou fingem desconhecer) que calunia e difamação são crimes e que a rede da internet é publica!”, escreveu entre outras coisas.

O deputado informou ainda que defende a liberdade de expressão e o direito legal, previsto na Constituição Federal, de que os brasileiros moralmente ofendidos e caluniados, seja no Facebook ou qualquer mídia, possam recorrer à Justiça para reparar os danos morais causados pelos crimes contra a honra.

“No jornalismo, por exemplo, os acusados sempre têm direito a se pronunciar na mesma matéria. No Facebook, infelizmente, não há um mediador responsável, proporcionando assim ataques criminosos, que precisam ser reparados para se evitar e combater a impunidade”, finalizou.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

DRAMA NO SUL

Lula visita Porto Alegre e garante verba para estradas; mortes chegam a 75

Rio Grande do Sul vive drama por causas das chuvas severas que atingem o território gaúcho, que já deixaram 75 mortos oficialmente.

EM SANTOS

Cobertura da quadra de escola da Ponta da Praia será entregue até julho

Escola de Santos atende 460 alunos matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, e ainda conta com 50 vagas para a EJA

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter