Diversos bairros e avenidas da cidade poderão desaparecer em breve / Divulgação/Prefeitura de São Vicente
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O avanço do mar é uma preocupação real e rotineira entre os moradores do litoral de São Paulo. Neste cenário, a organização Climate Central desenvolveu um mapa interativo que mostra o impacto de diversos fenômenos naturais, com destaque para a elevação do nível do mar nos próximos anos.
No entanto, é importante deixar claro que o mecanismo parte do princípio de que os níveis de poluição permanecerão os mesmos dos dias atuais.
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Porém, caso os números venham a aumentar, a velocidade com que o mar tomaria as regiões do litoral seria ainda maior.
Para entender a gravidade da situação, o Diário do Litoral separou dados específicos sobre São Vicente, com base nas informações divulgadas pela Climate Central.
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Em 2030, o mapa já mostra que parte da travessia que liga o continente de São Vicente à Ilha Porchat, a Alameda Paulo Gonçalves, sofrerá com o avanço do mar em grande parte.
O alerta mais grave envolve a região da Praia dos Milionários, cujo trecho da Avenida Engenheiro Miguel Presgrave começará a ser tomado pelo mar gradativamente. Ou seja, não haverá faixa de areia nessa área nos próximos cinco anos.
No entanto, na região da Avenida Antônio Rodrigues, nas proximidades do Píer do Pelé, o avanço não será tão significativo neste período. Os efeitos começarão a ser sentidos nesse trecho a partir de 2050.
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A situação se agravará por completo nos arredores da Ilha Porchat e do Itararé em 2080, quando a Alameda Paulo Gonçalves ficará completamente submersa.
O mesmo vale para a Avenida Antônio Rodrigues e para a região da Praia dos Milionários.
Segundo o professor do Instituto Oceanográfico da USP (Universidade de São Paulo), Eduardo Siegle, a região do Gonzaguinha, em São Vicente, foi bastante afetada por conta da construção da rua que liga a Ilha Porchat ao continente.
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"Essa medida interrompeu uma importante fonte de sedimentos para a Praia dos Milionários e para o Gonzaguinha. Antes da construção da rua, existia a passagem de sedimentos entre a Praia do Itararé e a Praia dos Milionários", comentou.
"Após a construção, sem a passagem de sedimentos entre as praias, o trecho do Itararé vai se alargando, e a Praia dos Milionários sofre um processo erosivo acentuado. Isso levou à construção dos espigões nessa região, como tentativa de segurar a areia nessa praia."
Além da região da Praia dos Milionários, outros bairros de São Vicente também vão sofrer com o avanço do mar.
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Os bairros da Vila Margarida, no trecho da Avenida Brasil, começarão a sentir esses efeitos em meados de 2040, quando o mar começará a alcançar essas áreas.
O cenário se torna ainda mais delicado em meados de 2060, quando o mar começa a tomar parte da Cidade Náutica, nas regiões da Rua do Dique do Pissarro e Rua Duque de Caixetas.
Em 2090, a situação se agravará significativamente no município, pois regiões como o México 70, Beco das Marinas e grande parte da Avenida Eduardo Souto ficarão completamente submersas.
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O mesmo ocorrerá com os bairros Catiapoã, Jockey Clube e a região do Itararé.
Diversas cidades do litoral de São Paulo têm adotado medidas para conter o avanço do mar. Entre as ações implementadas estão a construção de barreiras submersas, muros de contenção e o uso de sacos de areia para reforçar o solo e proteger a faixa litorânea.