Cotidiano

Manifestação dos estivadores contra mudanças portuárias segue nesta sexta (6)

O motivo do protesto é o Projeto de Lei 733/2025, que propõe mudanças significativas na regulação do sistema portuário brasileiro

Ana Clara Durazzo

Publicado em 06/06/2025 às 08:17

Atualizado em 06/06/2025 às 10:00

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 Para os trabalhadores, a proposta ameaça empregos, fragiliza direitos e pode afetar toda a economia da Baixada Santista / Jonatas Oliveria/DL

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Na manhã desta sexta-feira (6), a Rua João Pessoa foi palco novamente de uma manifestação promovida pelo Sindicato dos Estivadores. Os manifestantes paralisaram a faixa do VLT e mais duas faixas de trânsito.

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O protesto começou na noite de quinta-feira (5), em frente à sede do sindicato e seguiu em direção ao prédio da Leone, interrompendo o tráfego na João Pessoa na praça Rui Barbosa.

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O motivo do protesto é o Projeto de Lei 733/2025, que propõe mudanças significativas na regulação do sistema portuário brasileiro. Para os trabalhadores, a proposta ameaça empregos, fragiliza direitos e pode afetar toda a economia da Baixada Santista.

A equipe do Diário do Litoral esteve no local e conversou com Anderson Freitas, diretor do Sindicato dos Estivadores. Ele foi categórico ao explicar o impacto que a medida pode trazer para a cidade.

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“Esse movimento é a respeito do PL que tenta precarizar o trabalho no Porto de Santos, acabando com mar, terra, em geral… e isso vai trazer muito desemprego para a cidade e muitas lojas vão acabar fechando. O porto é a entrada do lucro, é o PIB do mercado brasileiro, e nós estamos aqui reivindicando nossos direitos”, afirmou.

O que diz a PL

De autoria do deputado Leur Lomanto Júnior (UNIÃO/BA), o Projeto de Lei 733/2025 propõe um novo marco regulatório para o setor portuário brasileiro, revogando a atual Lei nº 12.815/2013. 

A proposta tem gerado polêmica, especialmente entre os trabalhadores dos portos públicos, como os do Porto de Santos.

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Entre os principais pontos da PL estão a transferência de competências da União para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), inclusive para concessões de portos privados, além do aumento da autonomia das autoridades portuárias locais. 

Essa mudança, segundo especialistas, pode representar uma descentralização da gestão portuária, mas também levanta dúvidas sobre a fiscalização e a proteção aos trabalhadores.

Outro destaque do projeto é a criação de uma Câmara de Autorregulação e Resolução de Conflitos, que poderá definir normas e resolver disputas entre empresas e trabalhadores do setor. 

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Essa medida busca maior eficiência, mas causa preocupação entre os sindicatos, que temem perda de espaço na negociação de direitos trabalhistas.

Além disso, a PL também altera profundamente o regime de trabalho nos portos públicos. Uma das mudanças mais criticadas é a flexibilização na contratação de trabalhadores portuários, que deixariam de ser intermediados exclusivamente pelo OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra). 
O sindicato vê nessa alteração um risco de precarização e fragilização da categoria.

Enquanto a proposta aguarda tramitação nas comissões da Câmara dos Deputados, os trabalhadores seguem mobilizados e alertam: as mudanças podem atingir em cheio a economia do litoral paulista, altamente dependente das atividades portuárias.

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