O movimento independente Mães de Maio realiza um ato político na Estação da Cidadania / FRANCISCO ARRAIS/PMS
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Nesta segunda-feira (12), a partir das 17 horas, o movimento independente Mães de Maio realiza um ato político na Estação da Cidadania, localizada na Avenida Ana Costa, 340, em Santos. Este ano, completam-se 19 anos do Massacre de Maio de 2006, um período de profunda dor e de incansável busca por justiça e verdade.
"As Mães de Maio, símbolo de resistência e da luta contra a violência do Estado, seguem firmes na exigência de respostas para as inúmeras vidas ceifadas e famílias impactadas por aqueles trágicos eventos e aqueles que continuaram acontecendo após 2006, que nos assolam até os dias de hoje. A cada ano, este ato se torna um espaço crucial para manter viva a memória das vítimas, denunciar a impunidade e fortalecer a luta por políticas públicas de segurança que respeitem os direitos humanos e previnam novas tragédias", lembra a direção do movimento.
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A Lei Estadual nº 15.501, de 16 de julho de 2014, instituiu a Semana Estadual das Pessoas Vítimas de Violência no Estado de São Paulo, sendo o artigo 1º dedicado à Semana Estadual das Pessoas Vítimas de Violência no Estado de São Paulo - Mães de Maio. Acontece anualmente entre os dias 12 e 19 de maio e reforça a importância de dar visibilidade à causa e de promover ações em memória, verdade e justiça para as vítimas.
Entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, 493 pessoas foram mortas e desaparecidas, das quais mais de 400 eram jovens negros, afro-indígenas e pobres.
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A maior parte dos casos fazia parte de uma ação de vingança dos agentes de segurança do Estado contra os chamados ataques da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que se concentraram nos dois primeiros dias do período.
A chacina daquele ano ficou conhecida como Crimes de Maio, a maior do século 21 e talvez a maior da história do país - para efeito de comparação, em toda a última ditadura civil-militar, que durou 21 anos, 434 pessoas foram mortas pelo Estado.
O movimento vem, durante quase duas décadas, realizando uma série de atividades desde que as primeiras famílias de vítimas de violência policial começaram a superar o luto.
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Os principais eixos de atuação são o acolhimento e a solidariedade entre familiares e amigos, a denúncia sistemática dos casos e da situação de investigações e processos, a participação em debates, seminários, encontros, conferências e a organização de atividades como protestos, marchas e vigílias.