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Cotidiano

Gaeco denuncia Cris Forssell e mais 13 pessoas em Itanhaém

Todos supostamente integram uma organização criminosa que visava fraudar procedimentos licitatórios, corromper agentes públicos, praticar atos de lavagem de dinheiro e formação de cartel, entre outros delitos

Carlos Ratton

Publicado em 18/02/2021 às 07:07

Atualizado em 18/02/2021 às 09:11

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Cris Forssell chegou a ser presa. Ela não foi encontrada ontem / Divulgação

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), resolveu ingressar com a denúncia formal contra a ex-candidata à Prefeitura de Itanhaém, Cristiane Forssell Ferrara Fomin, a Cris Forssell (Podemos), 13 pessoas e 15 empresas, na 1ª Vara de Orlândia-SP.

Todos por supostamente integrar organização criminosa visando fraudar procedimentos licitatórios, corromper agentes públicos, praticar atos de lavagem de dinheiro e formação de cartel, entre outros delitos. A ação é resultado da operação do próprio Gaeco, que resultou na prisão de Cris recentemente.

A base das denúncias envolve fornecimento de materiais escolares e uniformes para escolas e outros departamentos públicos. Foram quebradas, judicialmente, diversas contas de e-mails. Buscas e apreensões foram realizadas a pedido do Gaeco em Itanhaém e outras cidades.

Segundo o processo, durante a análise de todo o material apreendido, verificou-se três empresas possuíam intrínseca relação com outras situadas em Itanhaém, sendo que várias estariam em nomes de "laranjas". O processo possui inúmeras reproduções de mensagens entre os acusados e até o organograma da suposta organização.

Os indícios até então apurados demonstraram que a abertura de todas as empresas teria por finalidade: participar de procedimento licitatório sem que apareça eventual mácula ou sanção administrativa de alguma das empresas do grupo; blindagem e confusão patrimonial; fornecimento de material de baixa qualidade sem patrimônio para assegurar eventual inadimplência; sonegação fiscal; e ocultação dos verdadeiros responsáveis pelas empresas.

ELO POLÍTICO

O MP informa o juiz que Cris Forssell seria "o elo político do grupo e não consta formalmente como sócia de nenhuma empresa, porém, exerce direção juntamente com os outros dois acusados. É responsável pelos contatos políticos, principalmente porque seu tio foi prefeito de Itanhaém e foi candidata ao mesmo cargo. O grupo empresarial, inclusive, financiou, antecipadamente e de modo ilegal, as campanhas que Cristiane participa", escreveram os promotores.

Ainda conforme os promotores, a atuação para "vencer" os procedimentos licitatórios se dava, basicamente, de duas formas: ou corrompendo servidores públicos, ou fazendo ajuste entre as empresas que deveriam concorrer no certame. Este acordo era efetivado ou pelo fatiamento do objeto do certame e todos ganhavam uma parte, ou uma empresa ganhava e terceirizava o serviço para outras.

A PRISÃO

Na ocasião da prisão de Cris Forssell, a polícia também efetuou buscas na Prefeitura de Itanhaém. Além de Itanhaém, ao menos outras 18 cidades do Estado de São Paulo, incluindo Praia Grande, também estiveram na mira da polícia. A operação, batizada de 'Dólos' apura contratos de licitações em valores próximos de R$ 40 milhões.

Toda a operação se iniciou em Orlândia há dois anos quando a polícia encontrou indícios de um esquema de corrupção. Os supostos criminosos integravam o grupo de participantes das licitações e forneciam material de baixa qualidade enquanto praticavam sonegação de impostos.

Em comunicado, a Prefeitura de Itanhaém afirmou mês passado que foi, de fato, alvo de operação do Gaeco e que o mandado de busca e apreensão foi cumprido no Departamento de Suprimentos. Contratações provindas de licitações durante 2015 e 2016 foram apontadas pelas autoridades como peças-chave para ajudar na investigação.

Na ocasião, em nota, a defesa de Cris Forssell afirmou estar incrédula com a situação a que vinha sendo submetida e que não foi fornecida a cópia da decisão de prisão, nem possibilitado acesso ao procedimento investigatório.

Ontem, a Reportagem não conseguiu encontrá-la nem por intermédio de terceiros e nem pelas redes sociais.

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