06 de Outubro de 2024 • 04:25
Cotidiano
Questionado, o meteorologista da Defesa Civil de Santos, Franco Cassol, explica, inclusive, como o fenômeno tem se formado na Região
O litoral de SP vem sendo tomada quase que diariamente por um intensa neblina / Nair Bueno/DL
A Região da Baixada Santista vem sendo tomada quase que diariamente por um intensa neblina e isso não é de hoje. Mas, há uma novidade: agora, a fumaça das queimadas da Amazônia está interferindo e elevando o efeito do nevoeiro.
Questionado, o meteorologista da Defesa Civil de Santos, Franco Cassol, explica, inclusive, como o fenômeno tem se formado na Região.
"Aparentemente tem relação sim [com as queimadas da Amazônia]. Porque não é normal essa neblina tão persistente”, afirma. "Não é normal que aconteça no dia todo ou em qualquer período. O nevoeiro normalmente acontece em horários em que há queda da temperatura. Então, como está ocorrendo, de forma tão persistente durante o dia, é anormal".
Cassol também explicou ao Diário como a fumaça das queimadas interfere e ajuda na formação do nevoeiro.
"Esses materiais de fumaça, essa fuligem, ela atua como o núcleo de condensação de nuvens, que é o termo correto. A umidade que está no ar entra em contato com essa fuligem e forma gotículas de água, que formam uma nuvem", conta.
Portanto, é normal que, caso você tenha passado pela neblina, tenha sentido a sensação de chuvisco. "Em alguns momentos até isso pode virar uma garoa, mas não é comum. Vale lembrar que o nevoeiro e a chuva são duas coisas diferentes", diz.
Vale lembrar que a forte neblina tem paralisado a travessia de balsas e fechado o Porto de Santos constantemente, gerando prejuízo financeiro para a Baixada Santista e para a economia nacional.
Segundo Cassol, há uma boa probabilidade do nevoeiro voltar a acontecer. "Pelo menos até o final de semana vai ficar mais ou menos a mesma massa de ar. Então, com essa fumaça aqui, com essa umidade que a gente tem também, pode acabar formando de novo essa névoa".
O meteorologista afirma que para a neblina ir embora de vez, seria necessário o avanço de uma frente fria para provocar chuva e assim limpar esse material articulado que está no ar.
Posteriormente, seria preciso entrar um ar com uma característica diferente, sem a influência da fumaça das queimadas.
"Mas, pelo menos até o final de semana, isso não vai acontecer e aí a probabilidade de formar de novo a neblina em alguns períodos é alta", afirma Franco.
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