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Cotidiano

Ex-diretor de Cultura de Peruíbe pede exoneração após dois anos de gestão

Rodrigo Pereira deixa o governo por problemas de “incompatibilidade”. Com 29 anos de idade, é suplente na Câmara Municipal e pretende concorrer novamente às eleições municipais de 2016 pelo PDT

Publicado em 27/04/2015 às 10:53

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Após dois anos no comando do Departamento de Cultura da Prefeitura de Peruíbe, Rodrigo Silva Pereira pediu exoneração do cargo. Pereira deixa o posto celebrando a realização de alguns projetos, mas lamentando o que não saiu do papel, por falta de apoio e estrutura, segundo ele. Pereira foi exonerado no dia 10 de abril, conforme publicação no Diário Oficial do Município.

Rodrigo Pereira deixa o Governo Ana Preto por problemas de “incompatibilidade”. Ele tem 29 anos de idade, é suplente na Câmara Municipal e pretende concorrer novamente às eleições municipais de 2016 pelo PDT.

Diário do Litoral - Por que você pediu exoneração da direção do Departamento Municipal de Cultura de Peruíbe? Quais os motivos?

Rodrigo Pereira - Minha saída foi um protesto, pedi a exoneração após dois anos trabalhando no Governo, à frente do Departamento de Cultura, não vi perspectivas de mudanças positivas no Governo. Falta de apoio e estrutura me fizeram tomar essa atitude.

DL - Você estava descontente com o Governo em relação ao departamento? Por que? Houve conflito de ideias, de ordem política? Você se sentiu tolhido para desempenhar alguns projetos?

Rodrigo Pereira - Defino em uma palavra minha saída, incompatibilidade! Projetos tão importantes para a cidade, com baixo custo, e mesmo assim fui impedido de realizar muitos projetos. Sempre alegaram falta de verba. O Governo nunca deu a devida atenção ao Departamento de Cultura, pontos turísticos, históricos, mesmo com o envio de relatórios, mostrando a necessidade, grande parte dos equipamentos continua sucateada desde 2013 quando o Governo assumiu.

DL - Quais as ações e os projetos que foram realizados no Município durante seus dois anos de gestão?

Rodrigo Pereira - Realizamos grandes projetos nesses dois anos, encontro de bateristas, Festa Reggae, Cantata de Natal, diversas exposições de artes plásticas, eventos musicais de diversos estilos, integrando o público do skate, com rampas à disposição nos eventos. Cursos de fotografia, inglês, desenho à lápis, teatro, dança, circo de rua, audiovisual, projetos culturais, e tantos outros. Fizemos a reforma no prédio da Estação Ferroviária, iluminamos o local externo, instalamos o Museu histórico e arqueológico enriquecendo e movimentando o local todos os dias. Revitalizamos a parte externa e interna no prédio da Biblioteca Municipal e Departamento de Cultura, projetos de incentivo à leitura, saraus, a hora do conto, aumentamos o horário de funcionamento da biblioteca oferecendo mais flexibilidade aos munícipes.

DL - Quais os projetos que você não conseguiu concretizar? Por que?

Rodrigo Pereira - Vila Cultural, Virada Cultural, oficinas nos bairros, festival de bandas, concurso de fotografia, salão de artes plásticas, reforma nas Ruínas do Abarebebê, estabelecer bibliotecas em bairros mais afastados entre outros. Sempre nos alegaram falta de verba.

DL - Como está a dotação orçamentária para a Cultura, em Peruíbe? Toda a dotação é aplicada na Cultura? Houve remanejamento de recursos para outras áreas, prejudicando assim a realização de políticas culturais no Município?

Rodrigo Pereira - Se o orçamento destinado à Cultura pudesse ser aplicado no próprio departamento, com certeza teríamos um avanço muito grande na área. Expandindo ações por toda a Cidade, incentivando e levando arte e cultura para todos. Mas é algo ilusório, toda a verba fica à disposição do gabinete destinar às “prioridades”.

DL - O Município tem parcerias com os governos estadual e federal para a realização de projetos na Cultura?

Rodrigo Pereira - Sim, nesse tempo conseguimos parcerias com Proac, Lei Rouanet, Abaçaí, Mapa Cultural.

‘Não vi perspectivas de mudanças no Governo’ (Foto: Divulgação)

DL - Peruíbe é um reduto de artistas talentosos em áreas diversas como artes plásticas, música e dança. Você desenvolveu projetos para valorizar a categoria. Quais são?

Rodrigo Pereira - A maioria das ações realizadas nesses dois anos foi com artistas locais, acredito que por isso houve tamanha aceitação e aprovação de minha gestão. Promovemos eventos com diversas apresentações artísticas, com teatro, dança, bandas, exposição de arte, em diversos locais da Cidade. Participamos de exposições em outras cidades e também o Mapa Cultural na fase regional.

DL - O que falta no Departamento de Cultura de Peruíbe para promover as políticas da pasta?

Rodrigo Pereira - Autonomia e estrutura financeira.

DL - Em 2012, você disputou as eleições para vereador, pelo PDT, obteve 451 votos, mas não entrou. Hoje é o primeiro suplente da coligação. Você concorrerá a vereador nas eleições de 2016?

Rodrigo Pereira - Sim, serei candidato novamente, mas agora já tendo resultados no setor público, tive a oportunidade de mostrar meu potencial e tenho certeza que demonstrarei nas urnas um grande resultado.

DL - O seu partido é aliado ao Governo Ana Preto ou é oposição?

Rodrigo Pereira - Desde a campanha foi aliado, mas com todas as coisas erradas e falta de postura do Governo o partido hoje é oposição.

DL - Qual é a situação atual dos partidos e vereadores na Câmara em relação ao Executivo Municipal?

Rodrigo Pereira - Muitos partidos e vereadores iniciaram o mandato de 2013 apoiando e acreditando no Governo, mas com a falta de resultados, a má postura e a falta de comunicação do Governo, enfraqueceu a situação na Câmara.

DL - Está em seu planos concorrer à Prefeitura de Peruíbe? Por que? Qual o seu projeto político para a Cidade?

Rodrigo Pereira - Em primeira instância, se eleito vou me dedicar a fazer um ótimo trabalho como vereador, exercer realmente a função de fiscalizar o Executivo e propor bons projetos para a cidade. Tentarei aproximar os jovens e a população da política, tornando-a acessível e participativa. E se durante meu mandato como vereador a população demonstrar tamanha aprovação, a ponto de querer que eu concorra a chefe do Executivo, não descartarei essa possibilidade.

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