Enlatados também devem ser consumidos com moderação / Imagem: PxHere
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A dieta rica em peixes é amplamente promovida como uma fonte de benefícios inquestionáveis para o coração e o cérebro, sendo vistas como uma opção leve e nutritiva. No entanto, é crucial reconhecer que essa percepção de pureza alimentar não abrange todas as espécies. Alguns peixes, mesmo sendo populares e saborosos, podem estar carregados de substâncias nocivas à saúde.
O grande risco reside na capacidade que certas espécies têm de acumular metais pesados, principalmente o mercúrio, e outras toxinas ambientais em seus tecidos ao longo de sua extensa vida no oceano.
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O consumo frequente e desinformado desses peixes tem o potencial de causar riscos silenciosos e cumulativos ao organismo, afetando especialmente o sistema nervoso e o desenvolvimento neurológico.
Espécies predadoras, grandes e longevas, como o cação, peixe-espada, atum, pescada grande, badejo, garoupa e dourado-do-mar, são as que mais exigem atenção do consumidor, dada a sua tendência natural de concentrar contaminantes em níveis perigosos.
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O cação, que é frequentemente encontrado em peixarias e pode ser, na realidade, carne de tubarão, possui altos níveis de mercúrio por ser um peixe de topo da cadeia alimentar, acumulando metais pesados ao longo da vida.
O consumo frequente de cação pode ser altamente prejudicial, afetando diretamente o sistema nervoso e o desenvolvimento neurológico. Além disso, a substituição dificulta o controle da origem exata e da qualidade do produto.
Similarmente, o peixe-espada, um peixe grande e longevo muito usado em grelhados e pratos sofisticados, armazena um alto teor de mercúrio, o que representa riscos graves ao cérebro e ao sistema cardiovascular. As mulheres gestantes devem eliminá-lo completamente da dieta, devido aos riscos fetais. A longevidade do peixe-espada o torna um acumulador eficiente de toxinas.
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A garoupa, que vive muitos anos e é valorizada por sua carne branca e macia, também acumula contaminantes, e o seu consumo excessivo pode impactar negativamente a saúde neurológica do consumidor. O badejo, outro peixe predador muito popular em restaurantes, tem uma alta chance de concentração de mercúrio, o que torna seu consumo frequente prejudicial a longo prazo.
O dourado-do-mar, um predador regional, também acumula mercúrio, e o risco está ligado ao consumo constante.
O atum, especialmente o atum-rabilho, uma das espécies maiores, concentra níveis elevados de mercúrio. Embora o atum seja reconhecido por ser rico em ômega-3 e proteínas, o consumo frequente e concentrado dessa espécie pode anular seus benefícios nutricionais.
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Por isso, alternar o consumo de atum com peixes de ciclo de vida mais curto é a medida mais segura. O atum é muito popular em versões frescas, enlatadas e na culinária japonesa.
A pescada de grande porte, embora pertença a uma família geralmente vista como saudável e leve, pode conter mais metais pesados em comparação com as menores da mesma família. Isso ocorre porque o tamanho e a idade influenciam diretamente o acúmulo desses contaminantes perigosos.
Quando consumida ocasionalmente, a pescada grande não costuma ser um problema, mas o consumo frequente pode representar riscos.
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Para garantir que a ingestão de peixe traga apenas benefícios, os consumidores devem priorizar a alternância de espécies, buscando peixes de ciclo de vida mais curto e de menor porte, que são intrinsecamente mais seguros para o consumo diário.
O conhecimento sobre os hábitos e o ciclo de vida dos peixes é a melhor defesa contra a exposição excessiva ao mercúrio e outras toxinas ambientais que se acumulam nos predadores de topo.