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Cotidiano

Estudantes resistem e mais duas escolas são ocupadas na Baixada Santista

Alunos ocupam EE Azevedo Junior, em Santos, e EE Renê Rodrigues Moraes, em Guarujá

Publicado em 24/11/2015 às 15:02

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Os alunos que chegavam na Escola Estadual Azevedo Júnior, na Vila Belmiro, em Santos, no início da tarde de ontem (23), se depararam com cartazes colados no portão e uma assembleia, realizada por colegas no pátio. Na pauta da reunião dos estudantes, os próximos passos da ocupação da terceira unidade escolar estadual na Região. O colégio, que abriga alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, faz parte da lista de escolas que serão reorganizadas pelo Governo do Estado no próximo ano.

“Acho isto uma palhaçada. Tem gente que nunca vi no portão da escola e em nenhuma reunião. Disseram que hoje vai ter aula social. Estão tirando o Ensino Médio daqui e passando para o Primo Ferreira (escola que fica ao lado). Não dá nem uma quadra”, disse Amabela Correia Silva, mãe de um aluno da sexta série. Ela e outros pais que foram levar os filhos até a unidade também saíram reclamando.

O portão da unidade estava aberto. A entrada dos alunos era liberada. Quando a Reportagem chegou à unidade uma assembleia ocorria no pátio. Seis viaturas da Polícia Militar estavam estacionadas em frente à escola.

Os alunos que chegavam eram orientados pelos colegas a participarem da reunião e das atividades que seriam realizadas ao longo do dia. Os estudantes, que permaneciam na calçada, falavam sobre as dificuldades da escola, desde o fechamento da sala de informática à falta de professores.

“Estudo na escola desde o sexto ano e com a mudança terei que ir para o Primo Ferreira, que já tem os seus alunos e vai ficar com salas com mais de 70 alunos”, disse Luiz, de 16 anos. O jovem conversou com o Diário do Litoral, após a realização da assembleia dos alunos.

Estudante do nono ano do Ensino Fundamental, Luiz contou à Reportagem que, neste ano, ele e os colegas não tiveram aulas de Ciências.

“Não tive aula de Ciências o ano todo. Todo mundo ficou com nota cinco, que é a mínima. Temos sala de informática, mas não podemos usar para fazer trabalho. Só usa quando um professor agenda para dar aula. A questão não é só o fechamento das escolas é a qualidade da educação”.

Luiz não integra nenhum movimento social, partido ou organização. Disse que é a primeira vez que participa de um ato coletivo e que seus pais o apoiam. “A gente quer melhorias para a nossa escola e para a educação. Vejo que a gente tem voz e tem autonomia para decidir o que é melhor”.

A alimentação dos alunos que participam da ocupação foi levada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP (Apeosp). A entidade dá apoio político e jurídico ao movimento dos estudantes.

Biologia

Maria Julia Sallum, de 19 anos, estudante de Ciências Biológicas da Unesp São Vicente, e o colega Julio Cesar Costa, de 21 anos, educador ambiental, ministraram um aulão de biologia marinha.

“Fomos no Cleóbulo primeiro. A aceitação foi muito boa. A gente vive em uma região litorânea e percebe que eles (alunos) não têm acesso a isso”, disse Maria Julia.  

Na EE Cleóbulo Amazonas Duarte, em Santos, onde a ocupação segue para o sexto dia, a segunda-feira foi de atividades. “Professores voluntários serão bem-vindos”, disse Jhonny Guedes, aluno da unidade.

Em Guarujá, a escola Renê Rodrigues Moraes, prevista para fechar no projeto de reorganização, também foi ocupada por estudantes na manhã de ontem.

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