Moradores da Praia do Tombo, em Guarujá, enviaram imagens de suposto descarte clandestino que estaria atingindo a região / Tony Vallente
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Moradores e frequentadores da Praia do Tombo, em Guarujá, enviaram mensagens e imagens de suposto descarte clandestino na rede de águas pluviais que estaria atingindo areias e o mar da praia que detém, pela 15ª vez, o selo internacional Bandeira Azul. A Prefeitura afirma que a denúncia não procede.
Segundo a denúncia, haveria uma suposta rede clandestina de imóveis recentemente construídos não conectados ao sistema da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
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O local apontado fica nas imediações do Forte dos Andradas, no local conhecido como ponta de Monduba, ao sul da ilha de Santo Amaro. Por uma grande faixa de areia, uma água escura e fétida forma o que ambientalistas chamam de ‘língua negra’. Ontem, a Reportagem do Diário esteve no local e conferiu a situação.
“É água pluvial. No entanto, como não tem chovido, há uma grande quantidade de material orgânico. Mas, pela aparência, pode ser que ligações clandestinas de esgoto e caixas de gordura, conectadas à rede de águas pluviais, resultam nessa situação. Não é recomendável nem pisar nessa língua negra e nem que animais bebam, porque essa água é contaminada”, garante o professor e ambientalista Matheus Marques.
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A Prefeitura de Guarujá esclarece que a denúncia não procede. "Trata-se, na verdade, de matéria orgânica proveniente da rede de águas pluviais. O local é monitorado diariamente por fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Segurança Climática (Semam) e, constantemente, recebe serviços de limpeza e manutenção da pasta de Operações Urbanas (Seurb)", explica.
A força-tarefa do Município, inclusive, acaba de render à Praia do Tombo o 15º selo ambiental consecutivo Bandeira Azul (temporada 2024 e 2025), que se mantém recordista em certificações na América do Sul.
Outro ponto crucial é que o reconhecimento só é concedido se cumpridos 34 rigorosos requisitos do júri nacional da Foundation for Environmental Education (FEE), como qualidade da água, serviços e ações educativas de sustentabilidade permanentes. A exemplo, semanalmente são colhidas amostras para análise de balneabilidade.
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Criado pela Foundation for Environmental Education (FEE) - Fundação para Educação Ambiental, uma Organização Não Governamental (ONG) dinamarquesa, o programa Bandeira Azul concede um selo internacional de qualidade às praias, marinas e embarcações de turismo para mais de 46 países participantes.
O selo internacional concedido ao Tombo faz com que a praia detenha o título da mais certificada da América do Sul e a única do Estado de São Paulo. Em outubro deste ano, o Brasil atingiu um novo marco com a aprovação de 38 praias e 11 marinas no programa.
O programa no Brasil é coordenado pelo Instituto Ambientes em Rede com o objetivo é conscientizar e incentivar os cidadãos e autoridades sobre o cuidado com a área oceânica e a vida marinha nas cidades.
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Para obter o selo, há 34 critérios pré-estabelecidos, incluindo a qualidade da água do mar, segurança, gestão ambiental, educação ambiental e infraestrutura.
O júri brasileiro do Programa Bandeira Azul, neste ano, foi composto por membros do Ministério do Turismo (MTur), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e Instituto Ambientes em Rede (IAR).
Também participaram a Associação Náutica Brasileira (Acatmar), Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro, Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) e Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).
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