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Após apresentar rachadura em uma pilastra de sustentação na manhã de ontem, o prédio residencial Tainah, localizado na Avenida dos Bancários, 88, em Santos, não corre risco de desabamento. A avaliação é do engenheiro civil Franco Pagani, da empresa T-Recupera, responsável por realizar o escoramento da pilastra.
“Não corre risco de desabamento. Terei o tempo necessário para tomar as providências”, afirma Pagani.
Os trabalhos foram iniciados ontem, ainda no período da tarde, e deverão ser concluídos até sábado.
O prédio de nove andares e 45 apartamentos, situado na Ponta da Praia, foi evacuado às pressas, por volta das 11 horas pelo Corpo de Bombeiros, e os moradores só poderão retornar após a conclusão do escoramento.
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O edifício passava por uma reforma estrutural, que consistia na troca de pastilhas do revestimento, e tinha autorização da Prefeitura.
De acordo com Pagani, uma sobrecarga na pilastra lateral esquerda teria motivado a rachadura. “Em Santos é normal esses problemas ocorrerem por conta do que chamamos de recalque diferencial”, detalha.
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O problema, segundo o engenheiro, causa distorções nas estruturas, podendo causar fissuras ou trincas, como ocorreu na manhã de ontem.
“Quando os pilares localizados na região central dos prédios afundam com o peso do edifício, a carga começa a ser direcionada para os da ponta, como o que ocorreu aqui”, pontua Pagani.
Interdição
A Defesa Civil de Santos realizou interdição nas imediações do prédio – entre as ruas República do Peru e Tiago Tacão. Esse bloqueio será mantido até a conclusão da recuperação da pilastra.
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Além dos moradores do Edifício Tainah, outros quatros imóveis próximos ao prédio foram evacuados pela Defesa Civil. Os moradores destas residências poderão voltar aos seus imóveis após o início do trabalho de escoramento. Cauteloso, o coordenador da Defesa Civil, Ernesto Tabuchi, afirma que enquanto a situação de risco continuar o edifício Tainah permanecerá vazio. “A partir do momento que o escoramento for feito vamos avaliar se é possível o retorno das pessoas”.
Alguns moradores do Edifício Tainah foram autorizados, na tarde de ontem, a entrar em seus apartamentos para retirar alguns pertences. Eles foram acompanhados de agentes da Defesa Civil.
No período da tarde, a forte chuva que atingiu Santos fez com que os trabalhos de recuperação fossem suspensos, sendo retomados após a chuva.
Pagani explica como serão feitos os reparos. “Vamos fazer o reforço da pilastra, abrir até a fundação, e fazer uma nova armadura suplementar, aumentando a grossura. Será concretado com um cimento de alta resistência. Em três dias o trabalho estará todo liquidado”.
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Estrondo
Por volta das 11h, trabalhadores faziam a troca de pastilhas na pilastra do prédio quando um forte barulho foi ouvido.
“Eu estava deitada e escutei o barulho. A cama pulou, o sofá em que minha mãe estava flutuou. Descemos correndo”, relata a aposentada Marilene Calejon Savoy, de 71 anos. Ela reside no 9º andar, do lado direito do prédio. Marilene passará os próximos dias na casa da filha.
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Segundo o vendedor Eduardo Argemon, de 28 anos, o barulho causado pela rachadura foi assustador. “Pensei que tinha caído alguma parte da construção dos prédios aqui na Ponta da Praia. O chão tremeu, foi assustador”. Argemon trabalha em frente ao Edifício Tainah.
O químico João Freitas, de 28 anos, mora no prédio desde 1993 e estava dormindo quando ocorreu o impacto. “Escutei um barulho alto e descemos correndo, não pegamos nada, só saimos do prédio”.
A estudante Bianca Alves, de 23 anos, fazia compras em um supermercado em frente ao Edifício Tainah na hora do incidente. “Foi um barulho muito forte, o chão tremeu, ninguém sabia o que estava acontecendo”.
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Feira-livre
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Santos, a feira-livre que é realizada sexta-feira, na Avenida dos Bancários, no trecho em frente ao prédio, será mantida. Apenas o prédio continuará interditado.
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