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Quarta cidade mais populosa da Baixada Santista, com índice de crescimento anual vertiginoso, que contempla uma população 34% maior em dez anos, segundo o IBGE, Praia Grande também registra aumento no número de desempregados. Estudo do Núcleo Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (NESE) da Universidade Santa Cecília divulgado ontem apontou que 18.107 pessoas estão desempregadas. Este índice corresponde a 15,69% da população economicamente ativa (PEA) do Município, que é de 115.406 pessoas.
A ‘Pesquisa de Emprego e Desemprego na cidade de Praia Grande’ divulgada ontem foi realizada no último mês de julho. Foram pesquisadas 1.317 pessoas (694 mulheres e 623 homens), de 472 domicílios. Este universo correspondente a 0,5% da população residente, conforme dados estatísticos do IBGE, censo de 2010 que apurou uma população total de 262.051 habitantes. Este universo garante uma margem de erro de 2,76% sobre os índices apurados, para um intervalo de confiança de 95,5%. A amostra foi subdividida pelos bairros da Cidade, guardando proporcionalidade à população de cada um. O processo de escolha do domicílio a ser pesquisado foi estabelecido de forma probabilística de modo tal que cada elemento da população tivesse a mesma oportunidade de ser escolhido através de seleção sistemática de domicílios.
Conforme a pesquisa, o índice de desemprego subiu de 11,87% em 2010 para 15,69% neste ano. Este índice pode ser considerado elevado em comparação aos índices já apurados para outros municípios da região, evidenciando uma piora nas condições de empregabilidade. O volume de empregados também diminuiu de
103.889 em 2010 para 97.299 pessoas neste ano.
A PEA correspondeu a 44% da população total. O atual momento da economia com a aplicação de uma política macroeconômica mais restritiva e seus reflexos na temporada de férias pode ser visto como motivo da piora do indicador, pois Praia Grande geralmente recebe grande volume de veranistas.
Autônomos
De acordo com a pesquisa, a forte queda no número de autônomos puxou à baixa no volume de ativos, comparado a 2010. O percentual de autônomos identificado é de 26,18% do total dos empregos e 4,91%, além de autônomos, são também empregados. Os autônomos podem ser registrados ou não, mas a maioria dos autônomos, 92,3%, é informal e engloba desde profissionais liberais até ambulantes. Se projetada a amostra para a população total, Praia Grande possui 25.469 pessoas empregadas na condição exclusivamente de autônomos. Se comparado a anos anteriores, nota-se significativa queda, o que influenciou o índice de desemprego negativamente.
Escolaridade
As classes mais atingidas pelo desemprego são as dos detentores de ensino médio completo, com 46,1%, seguida dos de fundamental incompleto, com 9,9%. Destaca-se a baixa frequência de desemprego para os níveis de escolaridade mais elevada.
Mulheres e o desemprego
As mulheres prevalecem no universo de desempregados, com 63,7% de todo o contingente, fato que vem sendo constatado de forma genérica em todos as cidades e provavelmente no Brasil. Já os homens desempregados são 36,3%. O Município também tem mais homens empregados do que mulheres em 2011, 58,28% contra 41,72%, respectivamente.
Faixa etária
Ao analisar a faixa etária do contingente de desempregados, verifica-se que há uma concentração entre os 16 e 24 anos, com 35,1% contra 36% em 2010. A busca do primeiro emprego é identificada como a maior incidência. A faixa etária dos 40 a 49 anos vem na sequência com a segunda maior concentração, com mais de 21%.
Já no universo de empregados, a faixa etária se distribui de forma mais harmônica, tendo por principal faixa de concentração a de 30 a 39 anos, com 24,7% seguida dos empregados na faixa etária dos 50 a 59 anos, com 21,47%.
Onde o praiagrandese trabalha
A maioria dos moradores em idade ativa entrevistada trabalha na própria cidade — 70,35%. Já 14,31% dos trabalhadores atuam em Santos e apenas 4,29%, na Capital. Os demais estão distribuídos entre as demais cidades da Região Metropolitana.
Ramos de atividade
Serviços é o setor que mais emprega, com 47,2% dos empregados entrevistados pelo NESE, seguido pelo comércio, 19,4%, e serviços públicos, 13%, sendo aqui considerados os contingentes de policiais/militares, prefeituras, governos estadual e federal. A indústria ocupa o quarto posto, com 8,79%, sendo justificado pela participação de empregos em Cubatão.
Renda
Quanto à renda familiar dos pesquisados, a amostra identifica uma renda média de R$ 1.964,44 contra R$ 1.828,54 em 2010, para as famílias dos que trabalham (ativos). Já a renda média familiar dos aposentados é de R$ 1.391,46 contra R$ 1.323,73 em 2010. Quanto à renda média familiar por domicílio geral, o valor apurado é de R$ 1.921,81.
Economia formal e informal
O índice de informalidade na cidade é de 45,4% contra 43,81% de 2010. Este índice de informalidade pode ser considerado elevado, mas compatível com a realidade nacional. Já a economia formal concentra 54,60% das pessoas empregadas em 2011, com um ligeiro decréscimo comparado ao índice de 2010, de 56,19%.
Em análise estratificada, verifica-se que os informais estão divididos, sendo 55,86% autônomos não legalizados e 36,49% empregados sem registro; a diferença corresponde aos que são empregados e autônomos simultaneamente.
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Inativos
Mais de 54% da população (135.415) é composta de inativos, e da população total, 44.332 são aposentados ou pensionistas.
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