Cotidiano

Clube histórico do Litoral de SP se reinventa e evita leilões após venda de terreno

Fundado há mais de seis décadas, o Ilha Porchat Clube - em São Vicente - preserva sede e quita dívidas milionárias com novo projeto urbano

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 28/12/2025 às 15:40

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Agora, o Ilha Porchat Clube entra agora em uma fase de reorganização institucional / Reprodução/Facebook

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Fundado há mais de 60 anos, o Ilha Porchat Clube atravessa um dos capítulos mais decisivos de sua história em São Vicente, no litoral paulista.

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A venda de parte de seu terreno marcou a virada de um longo período de instabilidade financeira e jurídica que ameaçava a própria continuidade da instituição, referência social e esportiva na Baixada Santista desde a década de 1960.

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O acordo, formalizado nesta semana após mais de um ano de negociações, permitiu evitar leilões judiciais, equacionar dívidas históricas acumuladas ao longo de décadas e redesenhar a ocupação urbana de uma das áreas mais tradicionais da Ilha Porchat.

Embora o valor da transação não tenha sido divulgado, a operação envolveu a alienação de cerca de 70% dos 11,3 mil metros quadrados do terreno original do clube.

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Preservação da história e nova configuração do espaço

Do total da área, aproximadamente 3,8 mil metros quadrados permanecem sob domínio do clube, onde será implantada uma nova sede social, com salão revitalizado e requalificação completa do espaço das piscinas — um dos símbolos da convivência social construída ao longo de gerações de associados.

Os 7,5 mil metros quadrados restantes, localizados na subida da Ilha Porchat, serão destinados a um novo empreendimento, independente da atividade do clube.

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O modelo adotado segue experiências semelhantes em outros clubes tradicionais da região e teve como premissa central manter viva a instituição, garantindo sua autonomia administrativa e sua função social.

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Dívidas antigas e risco iminente de leilão

A necessidade da venda está diretamente ligada a um passivo que se formou ao longo de décadas, com ações cíveis, trabalhistas e tributárias, além de execuções fiscais, débitos de IPTU e um processo do Ministério Público Estadual. Estima-se que o montante envolvido tenha chegado a cerca de R$ 12 milhões.

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Grande parte dessas dívidas tem origem em processos iniciados ainda nos anos 1990, período em que a legislação, a gestão e as exigências administrativas eram diferentes das atuais.

Nos últimos anos, a situação se agravou com restrições que impediram a realização de eventos — principal fonte de receita do clube — e com limitações estatutárias que não permitiam a criação de taxas extraordinárias para cobrir custos operacionais e regularizações.

A negociação permitiu acordos com credores e a suspensão de leilões que já ameaçavam a perda definitiva do imóvel. Cerca de 90% das ações foram quitadas à vista, enquanto o restante foi parcelado. Mesmo com valores ainda em fase final de pagamento, o risco de leilão foi definitivamente afastado.

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Regularização e novo ciclo institucional

O processo também envolveu a regularização documental completa do imóvel, que estava formalmente em nome do clube no momento da venda, mas exigia ajustes jurídicos para viabilizar a operação.

Para isso, foi criada uma sociedade de propósito específico voltada exclusivamente à gestão do empreendimento imobiliário, separando juridicamente o futuro do clube e do novo projeto urbano.

Com a segurança jurídica restabelecida, o Ilha Porchat Clube entra agora em uma fase de reorganização institucional, com redução de custos, previsão de fundo de caixa e perspectiva de retomada gradual das atividades sociais.

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O projeto da nova sede deve ser apresentado ao conselho nos próximos meses, abrindo caminho para atrair novos associados e reconectar o clube à cidade.

Mais do que uma transação imobiliária, a operação representa um esforço de preservação da memória, da identidade e da função social de um dos clubes mais tradicionais de São Vicente, que escolheu se adaptar ao presente para continuar fazendo parte da história local.

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