13 de Outubro de 2024 • 02:15
O aumento do percentual do etanol na gasolina de 25% para 27% não vai valer para a gasolina premium, informou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A mudança no percentual, assinada hoje (4), e que começa a valer a partir de 16 de março, ocorrerá apenas nas gasolinas comum e aditivada, após negociação entre governo, representantes de fabricantes automotivos e do setor de petróleo nos últimos meses.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que, durante as discussões, a entidade manifestou preocupação com relação aos veículos movidos exclusivamente a gasolina, e, por isso, foi feito esse pedido ao governo para que a mudança não se estendesse ao tipo premium. “Os testes de durabilidade ainda estão sendo realizados pela Anfavea. Por isso, nós insistimos bastante que a gasolina premium não sofresse nenhuma alteração na sua formulação, de forma que o consumidor tenha uma alternativa de abastecimento para os veículos movidos exclusivamente a gasolina”, ressaltou.
Após participar de reunião no Palácio do Planalto, onde foi assinada a resolução sobre o aumento, o ministro Eduardo Braga disse que a medida não se refletirá no preço da gasolina. “Não haverá impacto para o consumidor. Manteremos o preço de bomba”, declarou. Segundo ele, o setor tem estoques estratégicos de álcool suficientes para suprir a demanda.
De acordo com Kátia Abreu, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a mudança vai requerer 1 bilhão de litros de etanol anualmente. De acordo com a presidenta da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, a produção atual de etanol hidratado é de 12 bilhões de litros por ano. Com a mudança, aumentaria para 13 bilhões anuais.
“Como as usinas já estavam esperando isso, elas já fizeram um estoque suficiente para atender todas contratações que já tinham feito, e mais esse aumento. Então, é uma coisa absolutamente factível”, disse. Segundo ela, os testes de consumo, emissão e durabilidade não apresentaram grandes diferenças estatísticas com a mudança.
Discutida deste o segundo semestre do ano passado, a mudança deveria ter sido definida no início de fevereiro. Para o ministro de Minas e Energia, o atraso ocorreu devido aos estudos que estavam sendo feitos, que concluíram em uma “absoluta tranquilidade para o consumidor” quanto à qualidade dos motores. “O adiamento é fruto da segurança que o governo queria ter, com nenhum risco ao rendimento e durabilidade dos motores e ciclomotores com aumento da participação etanol”.
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