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Cotidiano

Após volta à fase vermelha, associação de bares de SP diz: 'Precisamos de ajuda'

Entidade afirma que não se opõe ao fechamento de estabelecimentos do setor no retrocesso paulista no Plano SP

Folhapress

Publicado em 03/03/2021 às 22:49

Atualizado em 03/03/2021 às 22:49

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Comércio fechado no bairro do Gonzaga, em Santos / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

A Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo) afirma que não se opõe ao fechamento de estabelecimentos do setor no retrocesso paulista à fase vermelha do Plano SP contra a Covid-19.

"Entendemos completamente o problema [da escalada da pandemia]. No entanto, precisamos de ajuda financeira", diz o presidente da entidade, Joaquim Saraiva.

"As contas do mês de fevereiro vão chegar agora, com folha de pagamento, ICMS, encargos, e as empresas estão sem capital de giro", segue ele. "Uma vez que vamos ficar sem faturamento no começo do mês [de março], é difícil [arcar com os valores devidos]."

Saraiva torce para que o período de nova restrição dure apenas as duas semanas a partir do início da medida, que valerá inicialmente do sábado (16) até o dia 19 de março.

"Se conseguirmos nos estagnar rapidamente, com dez dias de faturamento, ajuda. Agora, se estender muito mais, o número de empresas fechadas pode ser de mais 20%", afirma o empresário.

"Estamos torcendo para que a gente consiga melhorar rapidamente. Só assim vamos conseguir salvar o nosso setor. Qualquer pequeno faturamento é bem vindo. O delivery não sustenta as despesas."

Na tarde de quarta (3), a Abrasel, a ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e o Movimento Gastronomia Viva divulgaram nota conjunta sobre a decisão do governo de SP.

"Precisamos de socorro já para podermos manter vivos os bares e restaurantes, instituições tão tradicionais, essenciais ao dia a dia e que fazem parte da vida de todos! Precisamos de socorro já para manter empregos, manter toda a cadeia de fornecedores e de serviços que se relaciona e depende do nosso setor", diz o texto.

As entidades também solicitam ao município e ao governo federal a adoção de medidas como a "liberação irrestrita, seguindo os protocolos, de mesas nas calçadas" e a "essencial renovação do BEm, para garantir a manutenção da renda dos trabalhadores com jornadas reduzidas e suspensas".

"O setor de bares e restaurantes está entre os mais atingidos pela crise, que já dura quase um ano. Com o fim das medidas de auxílio e sem crédito acessível, dívidas e demissões se acumulam, gerando desemprego e redução na renda de milhares de famílias", segue o texto.

Leia a íntegra da nota:
NOTA COLETIVA - SETOR DE GASTRONOMIA
REPRESENTADO POR ABRASEL, ANR E MOVIMENTO GASTRONOMIA VIVA

A partir de sábado, 6 de março, todas as regiões do Estado de SP regredirão para a fase vermelha do Plano SP. Não se discute a gravidade da pandemia, muito menos a necessidade de garantir atendimento médico adequado e leitos para todos que vierem a precisar.

Esta é a prioridade e é exatamente por isto que o setor de alimentação fora do lar, que sempre atuou em defesa da vida e com protocolos mais rígidos do que os exigidos, não pode se conformar com a postura do Governo do Estado de SP de permitir atividades claramente nãoessenciais, cedendo a interesses injustificáveis de setores específicos e a barganhas políticas, ao mesmo tempo em que não oferece segurança aos trabalhadores, famílias e empresas.

Não podemos nos conformar que o mesmo Governo do Estado de São Paulo, na figura do Governador João Doria, por dez meses foi conivente com aglomerações ao não fiscalizar suficientemente festas clandestinas e aqueles que não seguiam os protocolos. Pior ainda, nunca se preocupou em garantir distanciamento mínimo nos transportes que oferece - fato comprovado pelas inúmeras imagens de estações, metrôs e trens lotados.

O setor de bares e restaurantes está entre os mais atingidos pela crise, que já dura quase um ano. Com o fim das medidas de auxílio e sem crédito acessível, dívidas e demissões se acumulam, gerando desemprego e redução na renda de milhares de famílias.

Na maioria dos países, os diversos níveis de governos se articulam para garantir dignidade aos assalariados e empresários que tiveram suas atividades interrompidas. Aqui, infelizmente, viram as costas a um dos setores que mais empregam. O Governador João Doria e sua equipe parecem não se importar com os milhares que perderão empregos ou irão à falência.

Não parecem se importar sequer com a alimentação dos brasileiros, já que escolheram este momento para aumentar impostos sobre proteínas que estão "nos pratos" de todas as famílias. Há meses pedimos ajuda ao Governo estadual, através de crédito acessível direcionado ao setor e de moratória ou parcelamentos de impostos. E que surpresa tivemos! Não somente a equipe liderada por João Doria vem se furtando a cumprir seu papel como escolheu este momento para aumentar impostos, penalizando duramente famílias de trabalhadores, desempregados e nosso setor como um todo. O crédito que disponibilizaram pelo Desenvolve SP tem juros abusivos, nove vezes mais caros do que a taxa SELIC atual.

Também solicitamos ao município de São Paulo e ao Governo Federal a adoção de diversas medidas, como liberação irrestrita (seguindo os protocolos!) de mesas nas calçadas de forma independente do Ruas SP e a essencial renovação do BEm, para garantir a manutenção da renda dos trabalhadores com jornadas reduzidas e suspensas.

Precisamos de SOCORRO JÁ para podermos manter vivos os bares e restaurantes, instituições tão tradicionais, essenciais ao dia a dia e que fazem parte da vida de todos! Precisamos de SOCORRO JÁ para manter empregos, manter toda a cadeia de fornecedores e de serviços que se relaciona e depende do nosso setor.

O Governo do Estado de São Paulo parece contrapor a defesa da vida, do trabalho, do emprego e da economia, como se fossem excludentes entre si ou até opostas, assim justificando seu descaso com os setores mais atingidos pela pandemia. Mas é necessário - e possível -proteger todos estes direitos! Governos sérios devem atuar em defesa da vida e do trabalho, não precisando escolher entre um ou outro.

Somos a favor de um lockdown ainda mais severo nestes 14 dias que se seguirão - e precisamos de auxílio para garantir dignidade a milhares de famílias após a retomada."
 

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