A Reportagem do Diário do Litoral foi até o local / Jonatas Oliveira/DL
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Um aviso colado em um ponto de ônibus em frente à Fatec Rubens Lara, na Vila Mathias, em Santos, resume o clima de insegurança na região: “Aviso! Ladrão de moto e pedestres pelo entorno da Avenida Senador Feijó, próximo à Fatec. Fiquem atentos!”.
A Reportagem do Diário do Litoral foi até o local e conversou com estudantes e comerciantes que convivem com o medo diariamente. Eles relatam que os assaltos são frequentes, praticamente todos os dias.
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“Estão sempre roubando bicicletas e celulares. Acontece mais do que o normal. A polícia diz que não pode fazer muita coisa”, afirma uma estudante que prefere não se identificar.
A situação é crítica. Elizângela Martins, dona de um carrinho de pastéis que funciona há sete anos na região, conta que comerciantes, professores e alunos criaram um grupo no WhatsApp para tentar se proteger das ações criminosas.
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Segundo ela, o grupo funciona como uma rede de apoio e monitoramento:
“Comecei a pegar o contato de todo mundo e criamos um grupo de segurança. Quando alguém vê algo suspeito ou um roubo acontecendo, mandamos foto e avisamos a Fatec, os alunos descem e isso acaba inibindo os criminosos”.
Elizângela relembra um episódio recente que aconteceu com um ex-aluno.
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“Sexta-feira passada, ou retrasada, foi o pior dia. Um amigo meu, ex-aluno da Etec, veio com a namorada comer um pastel. Ele tinha acabado de comprar uma moto nova. De repente, do outro lado da rua, um homem subiu na moto dele e tentou levar, deixando a moto velha no lugar. Nós corremos, atravessamos a rua correndo — quase todo mundo foi atropelado — mas conseguimos impedir o roubo. O ladrão fugiu e deixou até a mochila para trás”.
Ela também denuncia a ausência de policiamento ostensivo na região.
“Ligamos para a polícia, mas disseram que não tem viatura suficiente. É difícil acreditar. A gente escuta que não tem viatura, não tem efetivo... Mas e a nossa segurança?”.
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Em abril, o dono de uma loja de móveis também foi alvo de criminosos. Ele conta que os assaltantes desligaram a energia do estabelecimento, quebraram uma parede para ter acesso ao interior e causaram um prejuízo superior a R$ 20 mil.
“Fizeram uma zona aqui dentro. Levaram o computador, o dinheiro do caixa... Eu tinha um pagamento para fazer. Foi quase R$ 20 mil. Também roubaram dois celulares da empresa e danificaram vários equipamentos, jogando tudo no chão”.
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O comerciante registrou boletim de ocorrência e reforça a importância de formalizar as denúncias.
“A gente fez o BO. Se a pessoa que foi assaltada não fizer, a polícia não fica sabendo. Aí não tem estatística, e sem estatística não tem como cobrar. É por isso que muitos casos acabam ignorados”.
Em nota enviada ao Diário, a Secretaria da Segurança Pública afirma que as forças de segurança atuam de forma integrada no município de Santos para garantir a proteção da população e reduzir os índices de criminalidade.
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"O trabalho envolve o aumento do policiamento ostensivo, ações investigativas, com o uso de inteligência e tecnologias para identificar e prender envolvidos em práticas criminosas", diz a nota.
A secretaria afirma que como resultado desse empenho, no primeiro trimestre deste ano apresentou uma queda de 8,99% nos furtos na cidade. Além disso, 1.251 infratores foram presos/apreendidos e 86 armas de fogo retiradas das ruas.
A Polícia Civil ainda reforça a importância do registro do boletim de ocorrência, seja presencialmente nas unidades territoriais ou pela Delegacia Eletrônica, para que os casos possam ser devidamente investigados, além de auxiliar no planejamento de ações estratégicas de enfrentamento à criminalidade.
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