Contraponto

Aumento das cadeiras e 'blindagem' de ricos jogam Congresso Nacional nas cordas

Decisões polêmicas fortalecem críticas ao Congresso nas redes sociais

Carlos Ratton

Publicado em 05/07/2025 às 08:20

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

O gatilho foi a derrubada dos decretos presidenciais que aumentavam a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF / Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados

Continua depois da publicidade

As redes sociais estão dando o tom da indignação popular contra o Congresso Nacional por conta de decisões recentes que blindam a elite e castiga os pobres e a classe trabalhadora. Por ser o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) é principal alvo e já recebeu a alcunha de "Hugo Nem-se-Importa" (com o povo). 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O gatilho foi a derrubada dos decretos presidenciais que aumentavam a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que, segundo o governo, ajudaria a elevar a arrecadação e reduzir as desigualdades. 

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Congresso brasileiro não esconde mais os ataques contra a classe trabalhadora

• Congresso brasileiro nunca foi tão hipócrita, fora da realidade e faminto

• Congresso derruba veto de Lula e quem vai pagar a conta é o contribuinte

Mas a aprovação do aumento de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições de 2026, que deve gerar um impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões, também pôs lenha na fogueira da indignação. 

A população brasileira já percebeu de que lado está parte dos deputados e senadores. Não discutem isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais a partir de 2026 - a maior e mais efetiva alteração na tabela do IR da história recente do Brasil que permitirá que 90% dos contribuintes tenham mais dinheiro no fim do mês - e nem a taxação BBB – bilionários, bancos e bets, ampliando ainda mais as diferenças de classes.

Continua depois da publicidade

O povo descobriu que deputados e senadores podem discutir a possível derrubada da portaria do Ministério do Trabalho que garante folga aos domingos e feriados na já anunciada jornada 7X0 ao mesmo tempo que se mobiliza para aprovar um calendário legal que obrigue o governo Lula (PT) a executar as emendas parlamentares antes da disputa eleitoral de 2026, com objetivo assegurar o uso estratégico de bilhões em recursos públicos nas campanhas — seja para a reeleição ou para a busca de novos cargos. 

Sobre o IOF, o presidente Lula decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob o argumento que a sustação do decreto pelo Legislativo configura usurpação de competência do Executivo. Lula tem apresentado a reforma do IOF como parte de um esforço por justiça tributária, argumentando que grandes empresas financeiras devem contribuir mais para políticas sociais.

Até já é possível arriscar que não tardará para que as críticas cheguem ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pois ele está articulando uma proposta que visa restringir o acesso ao STF para contestar decisões aprovadas pelas casas legislativas. Dá para entender porque o Congresso está perdendo a guerra nas redes sociais?

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software