O gatilho foi a derrubada dos decretos presidenciais que aumentavam a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF / Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados
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As redes sociais estão dando o tom da indignação popular contra o Congresso Nacional por conta de decisões recentes que blindam a elite e castiga os pobres e a classe trabalhadora. Por ser o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) é principal alvo e já recebeu a alcunha de "Hugo Nem-se-Importa" (com o povo).
O gatilho foi a derrubada dos decretos presidenciais que aumentavam a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que, segundo o governo, ajudaria a elevar a arrecadação e reduzir as desigualdades.
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Mas a aprovação do aumento de deputados federais de 513 para 531 a partir das eleições de 2026, que deve gerar um impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões, também pôs lenha na fogueira da indignação.
A população brasileira já percebeu de que lado está parte dos deputados e senadores. Não discutem isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais a partir de 2026 - a maior e mais efetiva alteração na tabela do IR da história recente do Brasil que permitirá que 90% dos contribuintes tenham mais dinheiro no fim do mês - e nem a taxação BBB – bilionários, bancos e bets, ampliando ainda mais as diferenças de classes.
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O povo descobriu que deputados e senadores podem discutir a possível derrubada da portaria do Ministério do Trabalho que garante folga aos domingos e feriados na já anunciada jornada 7X0 ao mesmo tempo que se mobiliza para aprovar um calendário legal que obrigue o governo Lula (PT) a executar as emendas parlamentares antes da disputa eleitoral de 2026, com objetivo assegurar o uso estratégico de bilhões em recursos públicos nas campanhas — seja para a reeleição ou para a busca de novos cargos.
Sobre o IOF, o presidente Lula decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob o argumento que a sustação do decreto pelo Legislativo configura usurpação de competência do Executivo. Lula tem apresentado a reforma do IOF como parte de um esforço por justiça tributária, argumentando que grandes empresas financeiras devem contribuir mais para políticas sociais.
Até já é possível arriscar que não tardará para que as críticas cheguem ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pois ele está articulando uma proposta que visa restringir o acesso ao STF para contestar decisões aprovadas pelas casas legislativas. Dá para entender porque o Congresso está perdendo a guerra nas redes sociais?
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