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Minha tecnológica vida

Lavacrete e as impressoras de casas

Imagine que você resolva construir uma casa, aí liga uma impressora 3D, baixa nela um arquivo com a planta arquitetônica, enche ela de lavacrete, controla ela pelo celular por algumas horas e, voilà. Parece sorvete cremoso, mas lavacrete é uma argamassa de alta performance para construir casas usando uma impressora 3D, uma construção acessível, rápida e resistente, que suporta tremores de terra de mais de 7 graus. Lavacrete é como se fosse a tinta da impressora, um creme de concreto, polímeros e isopor.

As tecnologias mais modernas não estão exclusivamente nos escritórios, estão também nos sujos e desarrumados canteiros de obras, lá onde a mão de obra de baixa qualificação sempre foi indispensável.

A verdade é que quase qualquer objeto pode ser feito por uma impressora. Muitas peças para carro, por exemplo, são feitas por braços mecânicos que executam processos não lineares, fazendo, ranhuras, furos, polimentos, roscas, cortes, etc. Mas recentemente essa experiência foi levada a um grau de sofisticação que está criando um novo ponto de inflexão no mercado de construção civil. Este ano em Riverhead, no estado de Nova York, EUA, a construtora SQ4D pôs à venda uma casa impressa em 3D por R$ 1,65 milhão. A New Story, organização sem fins lucrativos sediada no EUA está construindo em Nacajuca, no México, um conjunto habitacional para pessoas em situação de pobreza, com casas de 46,5 m2. Então essa tecnologia atende tanto ao mercado de alto padrão quanto ao de baixa renda, assim como as nossas tradicionais casas de alvenaria.

Normalmente um profissional da construção civil coloca um tijolo de cada vez em uma parede. Depois espalha um pouco de argamassa para colocar mais outro, e mais outro, num trabalho meticuloso, que exige muita atenção e dedicação. Nesse processo manual essa mesma casa no México poderia levar vários dias para ser concluída, mas com a impressora 3D ela ficou pronta em menos de 24 horas, com apenas 3 profissionais trabalhando. É um processo que exige maior qualificação dos profissionais e menos esforço físico.

É um mercado ainda no seu nascedouro, ainda estamos num momento de experimentação, portanto ainda não se sabe como essas construções vão reagir com a passagem do tempo. Nossas construções de alvenaria tradicional duram várias décadas, muitas ultrapassaram um século, então os profissionais do mercado imobiliário ainda estão observando, avaliando os reais benefícios que essa nova tecnologia pode nos oferecer. Toda tecnologia é assim, precisa passar por um período de provas até ser largamente aceita. Mas está claro que estamos diante de uma novidade que vai impactar as nossas vidas. Em março a Icon, fabricante de impressoras, anunciou sua união com a empreiteira 3Strands e ao DEN Property Group para construir 4 casas impressas em 3D em Austin, EUA, a preços de R$ 2,4 até R$ 4,4 milhões. Então, ainda que distante dos nossos olhos, é um mercado que já movimenta bilhões, e promete injeção de investimentos.

Se a prefeitura se empenhar um pouco mais poderemos resolver grande parte do nosso déficit de moradias. Construir um conjunto habitacional com esse tipo de impressora parece que não é coisa de outro mundo; com uma pequena equipe de profissionais e algumas máquinas, dentro de um ano podemos mudar a paisagem da nossa periferia.

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