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'Nem tudo está perdido', diz Sergio Moro em velório de Teori

O juiz não comentou a mobilização que pede a indicação de seu nome para substituí-lo no STF

Folhapress

Publicado em 21/01/2017 às 16:11

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No velório, o caixão ficou coberto com a bandeira do Brasil / Karine Viana/Palácio Piratini

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, disse neste sábado (21) durante o velório do ministro do STF Teori Zavascki que "nem tudo está perdido" quanto ao futuro da operação.

A frase foi ouvida pela reportagem enquanto Moro conversava reservadamente com outras pessoas. Teori, morto na quinta (19) em um acidente aéreo em Paraty (RJ), era o relator da operação.

Moro foi um dos primeiros a chegar ao velório, em Porto Alegre. Pela manhã, a cerimônia, no plenário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, foi restrita a parentes e convidados.

Antes, em pronunciamento, Moro não comentou a mobilização que pede a indicação de seu nome para substituí-lo no STF.

"Pela qualidade, relevância, importância dos serviços que ele prestava e a situação difícil desses processos, [Teori] foi um verdadeiro herói", disse o juiz, muito cumprimentado por parentes do ministro.

O presidente Michel Temer, que deveria comparecer ao velório à tarde, já começou as consultas para definir um novo ministro para a vaga ocupada por Teori.

É possível, no entanto, que ele só anuncie a escolha após a presidente da corte, Cármen Lúcia, definir quem assumirá a relatoria da Lava Jato no tribunal.

Outros ministros do Supremo, como Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffoli, compareceram ao velório em Porto Alegre.

Emocionado, Toffoli disse que não é o momento de discutir como ficará o trabalho de Teori na corte.
"É uma perda pessoal que nos abala e que estamos ainda sofrendo bastante."

Responsável pela indicação de Teori ao STF, a ex-presidente Dilma Rousseff, está em viagem à Espanha e não compareceu.

Temer iria ao velório junto com os ministros Alexandre de Moraes (Justiça) e José Serra (Relações Exteriores) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A jornalistas o ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo de Tarso Sanseverino defendeu no velório que o sucessor de Teori na relatoria seja escolhido antecipadamente entre um ministro do próprio tribunal para evitar uma "situação politicamente delicada".

Ele disse ainda que seria uma "solução bem razoável" que a própria Cármen Lúcia assumisse a Lava Jato.

Também estiveram na cerimônia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, políticos gaúchos, como o ex-governador Tarso Genro (PT) e o ex-senador peemedebista Pedro Simon.

"Inacreditável. 2016 não acaba. É a era de Aquarius ao inverso", disse Janot à reportagem.

Cerimônia restrita 

No velório, o caixão ficou coberto com a bandeira do Brasil. Foram posicionados dois telões ao lado do corpo com fotos da carreira dele.

A sede do tribunal regional foi escolhida pela família para a cerimônia porque a corte foi presidida por Teori de 2001 a 2003.

O corpo de Teori chegou por volta das 8h30 ao local, acompanhado de escolta. Cármen Lúcia veio na mesma comitiva. Na noite de sexta-feira (20), a sede do tribunal ficou movimentada com a entrega de dezenas de coroas de flores.

O professor Danilo Knijnik, da faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul disse que a morte de Teori é "um vazio que não será preenchido, mas não será esquecido".

O ministro se formou em direito, fez mestrado e doutorado na universidade federal e também lecionou na instituição.

O clima na cidade natal de Teori, Faxinal dos Guedes, no oeste catarinense, é de tristeza, segundo o prefeito Gilberto Ângelo Lazzari (PMDB), que compareceu ao velório.

"Em uma cidade de pequeno porte, quando morre alguém tão importante, é uma tristeza e comoção total", contou Lazzari à reportagem.

Faxinal dos Guedes tem 10.758 habitantes e Teori morou na cidade até a adolescência. Ele se mudou para Porto Alegre aos 18 anos, em 1966.

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