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TECNOLOGIA

Mulheres trans e travestis lutam para sair da informalidade e conquistar espaço no mercado

Embora estejamos lidando com todos esses números e, ainda, com as dificuldades e preconceitos que essa população enfrenta, a realidade pode ser transformada e algumas pessoas estão lutando por espaço no mercado de trabalho

Da Reportagem

Publicado em 30/01/2023 às 07:30

Atualizado em 30/01/2023 às 12:23

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A {reprograma} se trata de uma iniciativa de impacto social que foca em ensinar programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, priorizando negras, trans e travestis / Divulgação

Um levantamento realizado, em 2020, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mostrou que apenas 13,9% das mulheres trans e travestis tinham um emprego formal - entre os homens trans, esse percentual subiu para 59,4%. Já o relatório divulgado no ano passado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apontou que 20% da população trans está fora do mercado de trabalho. Embora estejamos lidando com todos esses números e, ainda, com as dificuldades e preconceitos que essa população enfrenta, a realidade pode ser transformada e algumas pessoas estão lutando por espaço no mercado de trabalho.

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Esse é o caso, por exemplo, de Beatriz Ramerindo, de 25 anos e que vive na Capital. Isso porque ela conseguiu uma reviravolta na sua vida, após concluir o Ensino Médio, em 2020, por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos.

Após completar os estudos e se formar no Ensino Médio, Beatriz procurou uma área que a entregasse possibilidades de emprego e melhores salários e, dessa forma, começou a se interessar pelo setor de tecnologia. Em 2021, conheceu a {reprograma}, iniciativa de impacto social que foca em ensinar programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, priorizando negras, trans e travestis. Após se formar em um curso oferecido pela iniciativa, a profissional foi inserida no mercado de trabalho e, há mais de um ano, é programadora na Creditas, startup brasileira do segmento de serviços financeiros.

"Hoje eu trabalho com o objetivo de, cada vez mais, ser reconhecida no mercado de tecnologia. Meu sonho é ter a minha própria startup, amo o que eu faço e adoro contextos difíceis e peculiares. Além disso, desejo ser mentora/professora de programação, pois quero passar o meu conhecimento para outras pessoas e me tornar fonte de inspiração para mulheres trans e travestis", conta.

OPORTUNIDADES.
Para quem deseja utilizar a história da Beatriz como inspiração e sonha em ingressar no mercado de tecnologia, a {reprograma} está com as inscrições abertas para dois novos cursos: Front-End e Back-End. Ambas as oportunidades são gratuitas, online e destinadas às mulheres de todo o Brasil, acima de 18 anos, com pouco ou nenhum conhecimento em programação e ensino médio completo - sendo este último requisito não obrigatório para mulheres trans e travestis. As interessadas podem se inscrever até 3 de fevereiro.

O Curso Front-End tem como objetivo qualificar mulheres que desejam realizar a transição de carreira para o setor de tecnologia, oferecendo, assim, uma formação básica em programação e com foco em Front-End React. Para este curso, a {reprograma} conta com o apoio do "Edital Prepara Futuro", do Santander - iniciativa que busca apoiar projetos sociais que atuam com a agenda de inclusão produtiva. Ou seja, a inserção de pessoas no mercado de trabalho, especialmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

Já o Curso Back-End tem como objetivo qualificar profissionais mulheres com a formação básica em Back-End, com foco em "node.js", e conta com o apoio da B3 Social, uma associação sem fins lucrativos, responsável pelas frentes de Investimento Social Privado (ISP), além do Voluntariado da BR, que tem como propósito contribuir, por meio da educação, com a redução das desigualdades sociais no Brasil.

As inscrições podem ser feitas por todas as pessoas que se identificam com o gênero feminino, portanto, mulheres cisgênero, trans ou travestis, que possuam total disponibilidade para frequentar as aulas. As candidatas serão avaliadas ao longo do processo seletivo pelos seguintes critérios de avaliação: motivação, qualidade da inscrição, coerência das informações, empatia, inclusão, pensamento crítico, compartilhamento, além de familiaridade com o tema de diversidade e potencial de impacto do curso na vida da candidata. Desta forma, serão oferecidas até 40 vagas por curso e as selecionadas serão anunciadas no dia 8 de março. Os cursos terão início em 25 de março, com duração de 18 semanas.

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