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Alerta máximo! Doria anuncia 'fase emergencial' em SP; veja o que fecha

Antes chamada de 'Fase Roxa', a 'Fase Emergencial' já estava sendo cogitada por autoridades estaduais desde o começo de março e levará Estado à restrição mais extrema até agora

LG Rodrigues

Publicado em 11/03/2021 às 13:06

Atualizado em 11/03/2021 às 14:36

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O governador João Doria (PSDB) durante anúncio / Divulgação

Todos os moradores do Estado de São Paulo não poderão abrir escritórios, ir à praia e participar de cultos a partir da próxima segunda-feira (15), quando a ‘Fase Emergencial’ do Plano SP terá início. A decisão foi anunciada durante entrevista coletiva concedida pelo governador João Doria no começo da tarde desta quinta-feira (11) e tem como objetivo evitar um colapso do sistema de saúde do Estado que sofre com escassez quase que completa de leitos de UTIs disponíveis devido à disparada dos casos de novas contaminações e mortes pela Covid-19. A fase vai durar pelo menos até o dia 30.

Confira a seguir um resumo de tudo o que muda entre 15 e 30 de março:

- Das 20h às 5h, haverá toque de recolher 
- Uso de praias e parques está totalmente proibido
- Ficam proibidas todas as celebrações religiosas coletivas
- O teletrabalho se torna obrigatório em escritórios e órgãos públicos, onde a presença não seja essencial
- Todas as aglomerações estão proibidas
- O Uso de máscaras em locais externos e internos é obrigatório
- Fica proibida a retirada de itens em lojas de material de construção
- Estão proibidos todos os esportes coletivos
- Está suspensa a entrega de alimentos e produtos no estabelecimento
- Drive thru e delivery seguem permitidos
- Restaurantes do Bom Prato seguem funcionando
- Escolas poderão adotar suas próprias medidas, mas Rede Estadual antecipará recesso
- Campeonato Paulista suspenso após a realização das partidas de sábado (13) e domingo (14)

A coletiva de imprensa se iniciou com um vídeo onde foi mostrado o estado no qual se encontram os leitos das Unidades de Terapia de Intensiva de mais de uma dezena de hospitais de todo o Estado. Nas imagens, é possível ver pacientes intubados e em condição crítica auxiliados apenas por respiradores, médicos e enfermeiros da rede pública e privada. Em algumas das unidades de saúde, simplesmente não há mais leitos disponíveis e novos pacientes não podem mais dar entrada nos locais.

Na sequência, foi mostrado um vídeo de um depoimento do próprio governador João Doria, no qual ele se solidarizou com pacientes e vítimas fatais pela doença e afirmou que não há mais como controlar as novas contaminações pelo vírus sem tomar atitudes drásticas. As imagens já haviam vazado mais cedo no mesmo dia e foi um dos primeiros indícios de que o Estado de São Paulo viria a entrar numa fase de restrição mais extrema do que qualquer outra vista anteriormente dentre os 645 municípios.

“Juntos, nós vamos vencer essa crise, os brasileiros de São Paulo sempre se mostraram vitoriosos. Vamos passar por este sofrimento, mas vamos vencer. É um momento desafiador, mas vai passar, vai passar”, afirmou em vídeo.

Praias estão proibidas durante os próximos 15 dias, de acordo com determinação do Estado de São Paulo

Na sequência, Jean Gorinchteyn, Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, afirmou que mais de 50 cidades já não possuem mais leitos disponíveis e que a taxa de ocupação em todas as mais de 600 cidades chegou à marca de 87,6%.

“É importante que nós estejamos muito atentos a estes números. Dos novos casos da semana tivemos 12% de elevação no número de casos e a semana ainda não acabou. Temos mais dois dias e estamos vendo aumento. O número de óbito subiu em 12,3% em relação à semana passada, que já era assustador. Nunca algo assim foi visto na história do País, um número altíssimo de mortes por uma mesma doença”, afirmou o médico infectologista.

Atualmente, 9.184 pacientes estão internados em unidades de UTI direcionadas a pessoas infectadas com Covid-19. O Estado mais populoso do País alcançou 20 dias consecutivos de recordes de pacientes internados em UTIs e ao menos 1.065 pessoas aguardam o Sistema de Regulação Estadual para serem direcionados a exames ou até mesmo internações.

Após isso, o coodenador do Centro de Contingência do Covid-19, Paulo Menezes, afirmou que toda a equipe do governador João Doria se reuniu para estudar quais restrições ainda mais extremas poderiam ser tomadas e eles reuniram atividades que impactam ao menos R$ 4 milhões de brasileiros. Com isso, ficaram determinados os fins dos cultos em igrejas e templos, a proibição da abertura de escritórios e instalação de tele-trabalho. Além disso, o acesso às praias fica completamente restrito e haverá toque de recolher todos os dias, das 20h às 5h. Apesar do que havia sido especulado, as farmácias e os supermercados não sofreram mudanças e podem continuar abrindo 24 horas por dia, mas o governador reforçou que o toque de recolher se inicia às 20h.

O Coordenador Executivo do Centro de Contingência Covid-19, João Gabbardo, usou palavras fortes durante seu tempo de fala e explicou que a não adoção destas medidas levará pessoas de todas as classes econômicas a sofrer gravemente com as consequências e disse que mesmo indivíduos com muito dinheiro e planos de saúde caríssimos não terão leitos disponíveis para elas ao mesmo tempo em que médicos e enfermeiros precisarão escolher entre quem é internado e quem fica sem atendimento médico.

EDUCAÇÃO.
O secretário de educação, Rossieli Soares, explicou que as escolas abertas apenas para alimentação e distribuição de materiais e chips com agendamento prévio. Apesar disso, ele afirmou que as escolas privadas ou públicas poderão realizar atividades presenciais, desde que elas sejam totalmente essenciais, mas, ainda assim, contando com a diminuição do público.

"A escola está autorizada a funcionar, a atender crianças e adolescentes, mas se ela puder fazer à distância, que o faça. Temos na rede estadual um recesso em abril e em outubro, mas vamos antecipar estas datas para contribuir com a redução de circulação de pessoas neste momento", explicou. Em seguida, Rossieli diz que está recomendando que as escolas particulares também adotem esta medida, mas ressaltou que cada instituição tem autonomia para agir da maneira que achar adequada.

ESTRADAS.
Ao ser questionado sobre proibição de circulação intermunicipal e também interestadual, João Doria afirmou que não restringirá São Paulo em relação aos outros Estados vizinhos e afirmou que o pacto firmado recentemente com outros governadores serve para garantir que todos eles ajam de forma segura e respeitando medidas sanitárias.

"São Paulo não fará restrições aos nossos vizinhos, somos só um País, uma só nação e o que esperamos é que todos possam estar unidos em entendimento, em celeridade. Lamentavelmente não temos uma coordenação nacional, que é o que se esperaria de um país com mais de 260 mil mortes".

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