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O Santista

Airsoft: o videogame da vida real

Por conta do realismo dos ambientes, armamentos, trajes e táticas militares, é como se os operadores - como são chamados os jogadores - estivessem em um videogame da vida real

Caroline Souza

Publicado em 18/09/2018 às 12:31

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Por conta do realismo dos ambientes, armamentos, trajes e táticas militares, é como se os operadores - como são chamados os jogadores - estivessem em um videogame da vida real / Paolo Perillo/DL

Honra. Esse é o principal pilar do esporte que simula situações de combate. Por conta do realismo dos ambientes, armamentos, trajes e táticas militares, é como se os operadores - como são chamados os jogadores - estivessem em um videogame da vida real.

Para diferenciar o armamento do jogo das armas com poder de fogo, uma ponta laranja é exigida em todos os equipamentos. No Brasil, o airsoft é regulamentado pelo Exército. As armas de pressão disparam bolinhas de plástico de 6mm de diâmetro, chamadas de bbs.

A honestidade é essencial para o jogo, uma vez que as bbs não deixam marcas visíveis no operador. Cabe a ele dizer que ‘morreu’ e sair da partida.

“Os ‘highlanders’, como são chamados os que nunca morrem, acabam sendo cortados dos jogos. Não é apenas um ‘jogo’, é um esporte baseado em honra e amizade, por isso os operadores precisam dizer a verdade”, afirma Douglas Guerrero.

Guerrero é um dos sócios do Black Naja Airsoft Club, em Santos. O local foi aberto por ele e outros três ex-militares, César Zanotti, Daniel Baffi e Edy Barata. Em funcionamento desde maio, o clube recebe cerca de 150 operadores por semana.

“Nós fazemos parte do 1º Grupo Amigos do Exército (GrAEx), que realiza ações sociais em Santos desde 2015, como doações de alimentos, roupas e sangue”, comenta Zanotti. “Estávamos procurando um local para fazer reuniões e abrir nossa sede, eu jogo airsoft há uns dois anos, por isso dei a ideia de abrirmos um campo”, completa.

O espaço, que é todo temático, foi montado com a ajuda de membros do GrAEx. Além da simulação da vida real, o Black Naja também preza pela segurança de seus participantes. Por isso, quem joga precisa fazer um cadastro e é avaliado pelos sócios.

“O esporte nasceu no Japão para treinamento militar. Precisamos saber quem a gente coloca aqui dentro, tanto para prezar a segurança de quem vem jogar, quanto para não ensinar noções básicas de tática para qualquer um”, analisa Zanotti.

Além disso, os operadores do time Black Naja ensinam os participantes como manter a segurança dentro do campo. “A máscara de rosto é essencial e só pode ser levantada na ‘safety zone’”, explica Guerrero. 

Para se aproximar ainda mais da realidade, assim como os militares ganham insígnias, os operadores do airsoft ganham brevês à medida que realizam cursos. 

O imóvel, localizado na Rua General Câmara, 235, no Centro da Cidade, foi escolhido para não atrapalhar a população, já que os jogos costumam ter muito barulho. O Centro Histórico confere ainda um ambiente propício ao jogo. 

O cenário, feito em grande parte com pallets, é todo desmontável e os sócios garantem que de tempos em tempos vão mudar o cenário. “Assim, os operadores não enjoam e quando vierem jogar achando que já conhecem todo o espaço, vão ser surpreendidos”, declara Guerrero.

Segundo Zanotti, a inspiração para os cenários vem de referências do ­exterior.

Os jogos duram cerca de 3 a 4 horas, mas as missões ocorrem em intervalos de vinte minutos. “Os times podem decidir qual missão querem fazer, pode ser um game da bandeira, de refém, de plantar bomba, entre outros”, expõe ­Zanotti.

Quem já tem o armamento e equipamento, paga R$ 25,00, correspondente ao uso do campo. Para os que não têm nada, o valor cobrado é de R$ 80,00, que incluem o campo, o armamento, a bandoleira, o colete e a máscara.

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