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México busca sobreviventes e teme réplicas após terremoto que matou 61

O presidente Enrique Peña Nieto decretou luto oficial de três dias e confirmou o número de 61 mortos em entrevista na noite de sexta-feira (8)

Folhapress

Publicado em 09/09/2017 às 15:30

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Prédios de Oaxaca danificados após o México ter sido fortemente sacudido por um terremoto de 8,4 pontos de magnitude na escala Richter / Associated Press

No segundo dia após um dos maiores terremotos de sua história, o México segue contabilizando os estragos e aguarda réplicas do primeiro tremor. O presidente Enrique Peña Nieto decretou luto oficial de três dias e confirmou o número de 61 mortos em entrevista na noite de sexta-feira (8).

As autoridades advertiram o risco de uma réplica superior a 7 graus nas horas posteriores ao sismo, o que apressa os trabalhos de resgate nas zonas afetadas. Teme-se, ainda, que o número de vítimas aumente.

O furacão Katia estava a caminho do país, mas perdeu força e se transformou em uma tempestade tropical ao atingir a costa mexicana. O país temia ser alvo de duas catástrofes naturais ao mesmo tempo.

O tremor de 8.1 graus próximo à costa sul do país, no Pacífico, às 23h49 de quinta-feira (7), derrubou centenas de prédios em muitos Estados.

A cidade mais atingida foi Juchitan, em Oaxaca, onde 36 pessoas morreram e um terço das casas desabaram ou se tornaram inabitáveis.

No centro de Juchitan, escombros de paredes e de telhados tomavam as ruas. Perto deles, famílias levavam colchões para a calçada para dormir uma segunda noite ao relento. Alguns perderam suas casas e outros temiam que uma réplica do terremoto pudesse derrubar seus imóveis que seguiam de pé.

"Nós estamos todos em colapso, nossas casas e nossa gente", disse Rosa Elba Santiago, 43, sentada junto ao filho adolescente e a mais de uma dezena de vizinhos em uma área improvisada. "Nós estamos acostumados a tremores, mas nada dessa magnitude."

"Sentimos como se a casa fosse cair sobre nós, diz José Martinez, 43, sentado ao lado de Rosa. Ele não se sente seguro para voltar para casa até que o imóvel seja inspecionado. Ao lado de onde Martinez mora, um antigo prédio desmoronou.

Buscas prosseguem

Equipes de resgate buscam por sobreviventes usando cães farejadores e contam com máquinas de grande porte para remover os escombros do prédio da prefeitura. Há suspeitas que um policial desaparecido possa estar soterrado ali.

Quatro pessoas, duas delas crianças, foram retiradas com vida de um hotel. Corpos também foram encontrados em meio aos destroços.

Pena Nieto disse que as autoridades seguem trabalhando para restabelecer o fornecimento de água e comida e atender aos feridos. Ele disse que o governo ajudará na reconstrução das áreas afetadas.

A energia elétrica foi cortada, ao menos por alguns instantes, para mais de 1,8 milhão de pessoas. Escolas foram fechadas em ao menos 11 Estados para serem avaliadas por equipes de segurança.

O Departamento do Interior registrou que 428 casas foram destruídas e outras 1.700 foram danificadas só em Chiapas, Estado mais próximo do epicentro.

"Casas feitas de madeira com telhas de argila desmoronaram", disse Nataniel Hernandez, que atua no resgate em Chiapas.

"Agora está chovendo muito, e com a chuva fica muito mais complicado porque as casas estão muito frágeis, com rachaduras", disse.

Capital deserta

A Cidade do México, cidade com mais de 20 milhões de habitantes, não esquece o pesadelo do sismo de 19 de setembro de 1985, de 8,1 graus, que deixou em ruínas vastas zonas e mais de dez mil mortos.

A megalópole, que às sextas-feiras costuma ser animada e caótica, estava parcialmente deserta em amplos setores. Escolas suspenderam as aulas para verificar se havia danos estruturais em suas instalações, enquanto algumas empresas só convocaram os trabalhadores essenciais.

Autoridades e especialistas esclareceram que desta vez a distância com o epicentro foi de 700 km, enquanto em 1985 foi de cerca de 400 km. Com isso, seu impacto foi menor no centro do país.

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