27 de Abril de 2024 • 02:13
Cotidiano
Pelo segundo ano consecutivo a série de reportagens Cárcere Flutuante, publicada no Diário do Litoral e transformada em livro-reportagem, foi uma das vencedoras na categoria Grande Reportagem
Divulgação
O jornalista santista Francisco Aloise recebeu na noite desta segunda- feira, em Porto Alegre, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. Promovido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, o prêmio vem sendo qualificado de o Oscar do Jornalismo e é realizado há 35 anos envolvendo uma disputa entre jornalistas do Brasil e da América Latina.
Francisco Aloise foi um dos vencedores na categoria Grande Reportagem. A série de reportagens Cárcere Flutuante, que conta as prisões de sindicalistas no navio-prisão Raul Soares foi publicada no Diário do Litoral e transformada em livro-reportagem.
A série jornalística relata as prisões, dramas e torturas de sindicalistas e políticos nos calabouços do navio-prisão, durante a ditadura militar, em 1964, e a incessante busca da verdade pelos presos sobreviventes daquela época e seus familiares. Neste ano o tema foi: As Fakes News Mudam Também a Sua História.
O livro-reportagem de Francisco Aloise teve nesta edição como título: Fake News, O Diário de Bordo Invisível da Repressão e disputou o prêmio na categoria Grande Reportagem. O trabalho jornalístico recebeu Menção Honrosa dos jurados que, ao todo, tiveram que analisar 209 reportagens inscritas. Em 2017, o jornalista santista também foi um os vencedores da premiação com o livro-reportagem: Cárcere Flutuante, Verdade Ainda Submersa.
Além de Francisco Aloise, também foram premiados, na categoria Grande Reportagem, os jornalistas Diana Brito com a reportagem Rio sem Lei, Cristina Tardáguila, com a reportagem Você foi Enganado e Moriti Neto com a reportagem Roucos e Sufocados.
A premiação envolveu ainda jornais, televisão, revistas semanais, documentário, rádio, fotografia, jornalismo acadêmico e online.
Surpreso e também emocionado com o segundo prêmio consecutivo de jornalismo, Francisco Aloise foi também destacado pelo presidente do MJDH/RS, Jair Khrische, para fazer a entrega do prêmio na categoria Acadêmica a um grupo de estudantes de jornalismo do Rio Grande Sul. " Vi esses estudantes e futuros colegas muito emocionados e, alguns, derramando lágrimas de felicidade ao receberem de minhas mãos seus prêmios e quase chorei com eles pois, voltando no túnel do tempo, lembrei-me da forte emoção que senti no meu primeiro prêmio, o Saturnino de Brito de Jornalismo, ocorrido aos 20 anos de idade, em reportagem no extinto jornal Cidade de Santos e falei isso a esses jovens que começam a dar seus primeiros passos no jornalismo", informou Francisco Aloise.
Sobre o segundo prêmio consecutivo, o jornalista santista mencionou que o tema sobre Fakes News, tão atual hoje, foi de encontro ao novo conteúdo da nova edição do livro-reportagem lançado neste ano, fato que contribuiu na análise dos jurados. “Esta história ocorreu há 54 anos mas ainda hoje traz reflexos e também sequelas nos familiares dos prisioneiros. Sindicalistas que ficaram presos no navio, ao serem entrevistados, sempre relataram que boatos e mentiras espalhadas no convés do navio Raul Soares, serviam de tortura psicológica, ou seja: uma Fake News à moda antiga em pleno ano de 1964. Uma delas era de que o navio seria levado para alto mar durante a madrugada e lá afundado com todos a bordo”.
A cerimônia do prêmio, nesta segunda, dia 10, ocorreu na data em que se comemora os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Filme
O livro-reportagem Cárcere Flutuante também está servindo de base para projeto de um filme de longa metragem que será rodado em Santos, em 2019, com lançamento previsto para 2020.
Sobre o jornalista
Francisco Aloise é um dos decanos do jornalismo santista. E o único que trabalhou nos três jornais diários de Santos - Cidade de Santos, A Tribuna e Diário do Litoral-.
Ao longo de sua carreira recebeu outros prêmios de jornalismo, entre eles dois prêmios Saturnino de Brito. É credenciado no Comitê de Imprensa da Câmara Federal, em Brasília e se especializou na reportagem sindical, trabalhista e previdenciária.
JORNALISTA ESTÁ A PROCURA DE TOMOSCHI SUMIDA, UM DOS PRISIONEIROS MAIS TORTURADOS NO NAVIO-PRISÃO
O jornalista Francisco Aloise, informa de Porto Alegre, que está a procura de notícias do estudante japonês Tomoschi Sumida, um dos presos mais castigado no navio- prisão Raul Soares.
Menciona que todos os sindicalistas presos no navio relataram a crueldade feita com o estudante, que semanalmente era trancado numa geladeira onde permanecia durante muito tempo e de vez em quando a geladeira era aberta e ele retirado para que respirasse e fosse interrogado.
Se alguém souber do paradeiro de Tomoschi ou de seus familiares pode entrar em contato com o Diário do Litoral a fim de que se possa esclarecer essa parte da história.
"Assumi esse compromisso com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, o de localizar esse estudante e resgatar um elo perdido nessa triste história de repressão ocorrida no Porto de Santos", conclui o jornalista santista.
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