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Cotidiano

Emoção e resgate da história marcam homenagem a São José de Anchieta

Na Ermida do Guaibê, um ator, caracterizado, relembrou José de Anchieta catequizando os índios

Publicado em 20/05/2014 às 14:24

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O resgate da história de mais de 400 anos foi marcado pela emoção. Esse foi cenário preparado para homenagear a canonização de São José de Anchieta, nas Ruínas da Igreja de Santo Antônio do Guaibê, no último sábado, 17, dentro das comemorações do aniversário de 23 anos de Emancipação Política Administrativa de Bertioga (comemorada na segunda-feira, dia 19).

Um ator caracterizado de São José declamou poemas escritos pelo então jesuíta e encenou a celebração de missas quando Anchieta catequizava os índios, nas Ruínas da Ermida do Guaibê, construída em 1560 por José Adorno, erguida de pedra com sambaquis e óleo de baleia com conchas. Ainda é possível ver o altar, os arcos da entrada e as escadas que dão acesso à antiga capela, o que mantém a energia do lugar.

O clima de emoção era forte entre o público que assistia à apresentação.“Agradeço a Deus a oportunidade de viver esse momento”, disse o secretário de Turismo de Guarujá, José Carlos Rodriguez. “Com a canonização de São José de Anchieta e toda a sua história vivida nas cidades de Guarujá e Bertioga se abre um novo tipo de turismo; o religioso e metropolitano. Temos pontos turísticos incomuns e fazer essa metropolização entre os municípios é fortalecer o turismo regional,” ressaltou Rodriguez.

Para o prefeito de Bertioga, Mauro Orlandini, a festa era de emoção. “Poder resgatar uma parte importante da nossa história através da celebração da canonização de São José de Anchieta, em parceria com a nossa querida vizinha Guarujá, e próximo ao aniversário da Cidade é uma oportunidade única e incomparável”, disse.

Orlandini fez questão ainda de agradecer o apoio da prefeita de Guarujá Maria Antonieta de Brito pela parceria na festa, e ao padre Cesar Augusto dos Santos, vice-postulador da causa de canonização do Apóstolo do Brasil. “Só posso elogiar a Antonieta, por quem tenho verdadeiro apreço, pois conheço seus valores pessoais e religiosos sabia que partilharia conosco essa festa e o padre Cesar agradeço imensamente todo o esforço na causa da canonização e por se fazer presente no dia de hoje”, finalizou.

Canonização de São José de Anchieta – O processo para a canonização do Santo começou logo após sua morte em 1597, segundo contou o vice-postulador da causa, o Padre Cesar Augusto dos Santos.

“Na época de sua morte, o então Papa Urbano VIII decretou lei que permitia somente após 50 anos de morte a nomeação de Santos. No século XVIII, a igreja reconheceu tudo o José de Anchieta escreveu, mas por falta de investimento financeiro o processo parou. Somente em 1980 houve a beatificação em este ano a canonização”, explicou o padre.

O vice-postulador da causa explicou ainda sobre o processo de reconhecimento. “É necessário esclarecer que não houve dispensa de milagre na canonização de São José de Anchieta. O que ocorreu é que o processo para o reconhecimento foi outro. Como a causa é secular, a devoção permanente em todo o País, tendo mais de 50 devotos em cada Estado meu trabalho foi o de verificar a amplitude e reunir documentos para o conhecimento do Papa, que assim decidiu pela canonização”.

O vice-postulador da causa de canonização de São José de Anchieta e também guardião de um fragmento do fêmur do jesuíta, disse que fez questão de participar das comemorações. “Eu estava na semana passada em Aparecida do Norte na reunião dos Bispos quando recebi o convite. Resolvi vir e trazer a relíquia de São José de Anchieta. Na próxima semana estarei no Espírito Santo para novas comemorações. Foi lá sua última estada”, finalizou o padre.

Ermida do Guaibê - A palavra Ermida vem do latim e significa pequena Igreja ou Capela, este sítio arqueológico do século XVI está situado no extremo nordeste da Ilha de Santo Amaro-Guarujá, defronte ao município de Bertioga. A Ermida é uma das primeiras Igrejas do Brasil e foi construída por volta de 1552 a 1565 pelo Padre Anchieta e José Adorno. Utilizada para que os Jesuítas pudessem catequizar os indígenas, esta espetacular obra arquitetônica mantém grande parte de sua estrutura remanescente.

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