26 de Abril de 2024 • 19:44
Cotidiano
No último sábado (5), um rapaz estava andando de bicicleta no pátio que fica ao lado da ciclovia quando foi abordado e teve o veículo apreendido
'Vejo muita gente andando de bicicleta por toda a extensão do parque, não só na ciclovia', disse Emerson Sardinha / Rodrigo Montaldi/DL
No último sábado (5), uma ação da Guarda Municipal de Santos no Emissário Submarino gerou dúvidas nos frequentadores do que pode ou não fazer no parque e nos procedimentos adotados pela GM. Por volta das 17 horas, um rapaz estava andando de bicicleta no pátio que fica ao lado da ciclovia quando foi abordado pela Guarda e teve o veículo apreendido.
A cena chamou a atenção dos munícipes. “Não entendi porque levaram a bicicleta do rapaz”, disse uma moça. Ao ser questionado, um dos guardas explicou que não é permitido andar de bicicleta fora da ciclovia e que, pouco tempo antes da ação, a GM já havia avisado o homem sobre as regras, mas como ele não se retirou, o procedimento da guarda, respaldado por lei municipal, é apreender o veículo.
A versão de Emerson Sardinha, o dono da bicicleta apreendida, é diferente.
“Eu fui alertado pela GM que não podia andar aqui. Então segui em direção à rampa que dá acesso a ciclovia, mas eles acharam que a atitude de não ter descido da bicicleta enquanto ia para a ciclovia foi desrespeitosa”, explicou.
De acordo com ele, caso se recusasse a entregar a bicicleta, a Polícia Militar seria chamada para fazer um Boletim de Ocorrência.
“Venho aqui todo dia e vejo muita gente andando de bicicleta por toda a extensão do parque, não só na ciclovia. Questionei porque não levaram a dos outros, só a minha, mas não me responderam. Se é lei tem que valer para todos”, reclamou.
De fato, além dele, outras pessoas passeavam de bicicleta no entorno da ciclovia e no heliponto, lugar onde, segundo a GM, também não é autorizado o uso de bicicletas.
Os munícipes que acompanharam a cena não ficaram satisfeitos com o ocorrido. “No final de semana só tem famílias aqui passeando e é ótimo ter a companhia dos Guardas Municipais e da PM, mas não para vê-los agir dessa forma”, disse um homem.
“É uma perda de tempo usar funcionários da segurança pública para este tipo de função. Eles tinham que ficar aqui durante a noite para inibir os assaltos e o uso de drogas que acontece no quebra-mar, não pra tirar a bicicleta das pessoas. Isso é um parque, é para passear, não faz sentido este tipo de lei”, afirmou uma moça que também não quis se identificar.
Vale ressaltar que não houve truculência por nenhuma das partes durante a ação, mas ela foi questionada porque os munícipes acharam o procedimento desnecessário.
Falta de sinalização prejudica usuários
A Reportagem andou por todo o Emissário para verificar se havia sinalização indicando que tipo de atividade pode ser feita nas dependências do parque e não encontrou nenhuma placa.
Aliás, por ser um parque, muitas famílias utilizam os espaços ao redor da ciclovia para ensinar as crianças a andarem de bicicleta. O mesmo pátio é usado também para andar de patinete e skate.
Questionada sobre a ação da GM, a prefeitura respondeu que a Guarda Municipal age de acordo com a lei nº 3539/68 do Plano de Diretor.
“No artigo 334, inciso IV proíbe o trânsito e a permanência de qualquer tipo de veículos na calçada, exceto carrinhos de bebês, cadeira de rodas de deficientes físicos e bicicletas até aro quatorze. Quanto ao uso de skates no parque, o mesmo só é autorizado dentro da pista própria para a prática do esporte. Os patinetes acabam sendo enquadrados na mesma categoria das bicicletas de aro quatorze”, detalhou.
A assessoria ressaltou que antes de qualquer apreensão, a Guarda Municipal orienta o munícipe e, caso ele não atenda, o veículo então é apreendido.
A Reportagem pediu novamente esclarecimentos sobre a lei, já que ela se refere a calçadas e o local citado é um parque. A Guarda Municipal informou que a lei se aplica normalmente ao Emissário, pois o local oferece ciclovia.
Quanto à falta de placas com informações sobre as regras do Emissário, a prefeitura afirmou que não há necessidade de sinalização no local.
Para a devolução de bicicletas apreendidas, o condutor deve comparecer à CET com RG e retirar o boleto para pagamento da taxa de apreensão (R$ 44,52). Se o proprietário do veículo for menor de idade, deve estar acompanhado de responsável maior. O ciclista pode optar por não pagar o valor, mas precisará passar por curso de reciclagem, ministrado toda segunda-feira à tarde.
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