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Bertioga

Grupo de Bertioga quer mudanças para a cidade

Falta de medicamentos, de funcionários, de segurança e de infraestrutura na maioria dos bairros são alguns questionamentos levantados

Da Reportagem

Publicado em 17/08/2017 às 11:00

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Os bertioguenses apontam problemas relacionados à saúde e infraestrutura urbana que, segundo eles, terão reflexos sociais futuros de difícil solução / Matheus Tagé/DL

O mesmo grupo que, semana passada, conseguiu na Justiça a redução temporária dos salários do prefeito de Bertioga Caio Matheus (PSDB), do vice prefeito e dos secretários, afirma que a cidade precisa, urgentemente, de um ‘choque de gestão’. Caso contrário, a população, principalmente a mais carente, sofrerá perdas sociais irreparáveis. 

Em visita à redação do Diário do Litoral, o advogado José Leandro da Silva, o trabalhador Valmar Silva dos Santos, o aposentado Benedito Sancler Teles dos Santos, o comerciante Jailton de Aragão (Pezão) e o funcionário público e presidente da Confederação Municipal das Associações de Moradores de Bertioga, Kaled Ali El Malat disseram que a alta remuneração dos agentes públicos não é o único problema da cidade mais nova da Baixada Santista.           

“Não existe material, medicamentos na farmácia popular e nem funcionários nos postos de saúde do município. Recentemente, tive que percorrer três postos para ser atendido. Chega a faltar água para as pessoas beberem”, aponta Valmar dos Santos. Ao seu lado, Benedito Sancler explica que a questão da segurança também é problemática e “a gente não percebe nenhuma ação municipal junto ao Governo do Estado, apesar do prefeito e do governador serem do mesmo partido”.

O comerciante Jailton de Aragão (Pezão) revela que existe uma grande indignação popular. “As pessoas acreditaram que a atual administração mudaria a realidade da população mais carente”. O funcionário Kaled Malat explica que os bairros estão praticamente abandonados. “Falta iluminação pública, saneamento básico e equipamentos públicos estão parados. “O bairro Boraceia não tem posto de saúde, assim como o terminal rodoviário da Vista Linda ainda não foi inaugurado. Por outro    lado, a cidade apresenta superavit, tem dinheiro. A folha salarial está quase superando o limite prudencial preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal”, ressalta alertando que a Câmara deveria fiscalizar mais.

O advogado José Leandro completa enfatizando que fornecimento de remédios somente ocorrem por conta de liminares. Ele explica que existe uma demanda represada de crianças sem creche e sem cuidadoras. “Ele (prefeito) criou a função de auxiliar técnico educacional, que é inconstitucional. As mães não estão conseguindo trabalhar. Recentemente, perdemos verbas na área habitacional”, conclui.     
     
Redução salarial. Conforme já publicado pelo Diário, o juiz Fausto Dalmaschio Ferreira, da 1ª Vara de Justiça de Bertioga, acatou parecer da promotora Fabiana Lima Vidal Rio e, no último dia 2, decidiu parcialmente dar provimento à ação popular com pedido de liminar (decisão provisória) baixando de R$ 21.167,21 para R$ 16.200,00, até julgamento final do processo, o salário do prefeito Caio Matheus (PSDB). A decisão também atinge o vice prefeito, que volta a receber R$ 8.100,00 (hoje recebe R$ 10.583,61) e os secretários, que passam a receber R$ 11.200,00 (atualmente recebem R$ 14.634,00). A ação foi promovida pelo grupo  e enviada ao MP, que detectou problemas que ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros, que podem acarretar  também a devolução dos valores pagos supostamente a mais nos últimos meses aos agentes públicos.     
 
Prefeitura

Sobre a questão dos salários, Prefeitura de Bertioga informou que cumprirá a decisão judicial e recorrerá às instâncias superiores justamente para demonstrar que não houve aumento de salário nos termos que está pontuado na ação popular. Sobre as demais questões, não se manifestou até as 17 horas de ontem.    

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