Cotidiano

Transporte põe em risco pacientes em São Vicente

Carlos Ratton

Publicado em 09/06/2017 às 10:00

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Tragédia anunciada. Os veículos oferecidos pela Secretaria de Saúde de São Vicente para transportar, diariamente, crianças e adultos que precisam de atendimento em São Paulo (Capital) são completamente inseguros, colocando sob risco de morte os passageiros não só nas vias urbanas como, principalmente, na subida e descida da serra.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A denúncia é de uma usuária frequente do serviço, mãe de uma adolescente em tratamento no Hospital das Clínicas, indignada com a falta de cuidado da Prefeitura. Ela e mais um grupo de pacientes pretendem, nos próximos dias, procurar auxílio da Defensoria Pública.  

“Já vi pessoas caindo dentro do micro-ônibus por falta de sinto de segurança, após o motorista ser obrigado a frear. Já vi motorista parar na estrada de madrugada para tentar arrumar o carro para os pacientes não perderem as consultas. Por sinal, eles trabalham em situações precárias. Alguns chegaram a tirar dinheiro do bolso para consertar o veículo”, afirma a munícipe, que pediu para não ser identificada com medo de perseguição e perder o benefício, mesmo sob risco.

Ela e dezenas de outras pessoas não têm condições de pagar transporte particular. Ela conta que a porta do micro-ônibus não fecha e é necessário um cadeado improvisado. O painel encontra-se danificado. A cidadã enviou dezenas de fotografias que comprovam seu testemunho. A ambulância, por exemplo, tem problemas na tranca da porta; ferrugem por todos os lados; vidros do para-brisa e lanternas soltos (presos por fitas adesivas de forma improvisada); bancos rasgados; e problemas nos freios e câmbio.

“Corremos mais riscos de morte nas viagens do que com a doença. Já transportaram seis pessoas na ambulância – na maca, no banco lateral e outro na frente com o motorista”, revela, alertando que tem gente que perdeu a consulta por conta das más condições dos veículos, entre eles uma van, que também não possui condições nenhuma para continuar trafegando.

Crianças

Ela revela que, em média, de quatro a cinco crianças são transportadas todos os dias, com acompanhantes, nessas condições. Conta ainda que uma criança chegou a quebrar o dedo após uma freada brusca. “Já vi pessoas passando mal porque o carro estava praticamente sem freios na descida da serra”, denuncia.                        

As pessoas são recolhidas próximas de suas residências e o transporte é agendado pelo serviço de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) da Prefeitura.

“Tem que marcar com 10 dias de antecedência, mas é comum avisarem que não tem vaga no carro e não podem fazer nada. Então, perdemos a consulta ou tiramos do nosso bolso, desequilibrando o orçamento doméstico. Tem pessoas que ficam esperando no ponto marcado e o carro não aparece por questões mecânicas”, conclui.

Prefeitura

Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), informa que há processo licitatório em andamento para manutenção dos veículos. A Sesau informa também que estuda formas de melhorar o transporte dos pacientes.

Mais Vídeos

Cotidiano

Ruas do Gonzaga, em Santos, alagadas depois do temporal de 10/02.

Rua Tolentino Filgueiras, no Gonzaga. Alagamento chegou a invadir comércios da região.

Cotidiano

Ruas de Santos completamente alagadas depois do grande temporal de sábado.

O temporal que caiu ontem a tarde sobre a Baixada Santista foi um dos mais fortes registrados nos últimos 5 anos, em volume de chuva. Segundo dados do CPTEC (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), em menos de 3 horas choveu na região...

Listar Vídeos

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software