Somente uma, das sete viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santos, está em operação. A informação é da própria Prefeitura após ser questionada sobre a denúncia de um funcionário público.
Ele alertou a Reportagem sobre o drama de quem precisa de assistência de urgência e emergência no Município, considerado polo no atendimento à saúde da Baixada Santista.
“Os carros estão parados por problemas mecânicos por falta de peças de reposição. Até pouco tempo atrás, as peças boas de uma viatura parada eram retiradas para repor as quebradas de outras. Agora, a maioria está parada por falta de peças”, afirma o funcionário.
Ele completa explicando que as oficinas mecânicas da Prefeitura têm funcionários, “mas não têm ferramentas apropriadas para arrumar veículos novos”.
Dois carros
O funcionário revela ainda que, além do problema do SAMU, somente dois carros têm que dar conta de pacientes dos prontos-socorros da Zona Noroeste, Leste, Central, da Unidade de Pronto-Atendimento Central (UPA).
Segundo conta, uma viatura Doblô, utilizada nas remoções de forma emergencial, não está dando conta do serviço, pois também tem que levar pacientes para exames de Raio-X e para Traumatologia, concentrados na UPA Central, pois as máquinas e equipamentos estão quebrados em outras unidades, especialmente da Zona Leste.
Nessa última unidade, ele lembra que só tem pediatra à noite às segundas-feiras. “Nos demais dias da semana as crianças não podem adoecer à noite”, afirma o funcionário.
Seis horas. O funcionário diz mais: os médicos estão cumprindo apenas seis das 12 horas obrigatórias por lei. Ele informa que o plantão é de 12 por 36 de descanso, duas vezes por semana. Ou seja, são obrigados a cumprir 24 horas de trabalho a cada sete dias. “Com a finalização dos contratos, que ocorre agora em dezembro, a situação vai piorar”, acredita o funcionário.
Vacinas. Ainda ontem, a Reportagem descobriu que a Secretaria de Saúde de Santos resolveu concentrar o fornecimento da vacina antirrábica em três policlínicas: Ponta da Praia, Alemoa/Chico de Paula e Morro da Nova Cintra.
A situação já chegou à Câmara de Santos por intermédio do Gabinete do vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (PMDB). Banha vai questionar a iniciativa da Prefeitura. Para o parlamentar, o munícipe não deveria ficar circulando para descobrir onde tem a vacina.
Elevadores da ZN
A Prefeitura havia prometido consertar, até a primeira quinzena de novembro, os três elevadores do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste Doutor Arthur Domingues Pinto, que envolve a Maternidade Silvério Fontes e o Pronto-Socorro, em Santos, e não cumpriu.
Os equipamentos continuam quebrados, trazendo transtornos diários para centenas de pacientes, principalmente idosos, gestantes e pessoas que perderam mobilidade por conta de acidentes desde o mês passado.
Prefeitura
Sobre as viaturas do SAMU, a Administração revela que as seis estão em conserto e que a Secretaria de Saúde está preparando contrato de emergência para alugar três veículos, a fim de reforçar o atendimento.
Com relação as vacinas, explica que, desde o início do ano, o Ministério da Saúde tem reduzido paulatinamente o envio das vacinas em todo o País. “Há quatro meses, a diminuição se intensificou de tal forma, que foi necessário que a Secretaria de Estado da Saúde centralizasse a distribuição das doses, mediante as solicitações dos municípios”, afirma a Prefeitura.
A Administração garante que há vacinas suficientes para atender a atual demanda da rede municipal. Isso porque a Prefeitura realizou uma realocação das doses, organizada de forma a cobrir todas as áreas do Município.
Atualmente, em caso de necessidade, elas são aplicadas aos finais de semana no Pronto-socorro da Zona Noroeste. Durante a semana, a população encontra a vacina nas policlínicas já mencionadas.
Na questão dos elevadores, a Prefeitura respondeu que a empresa responsável pelo equipamento já encomendou a peça necessária para os elevadores voltem a funcionar.
Antes, havia dito que o processo de compra de peça foi aberto em junho de 2015, mas o pregão eletrônico resultou em deserto e que havia conseguido aprovação para realizar a compra direta. Sobre os médicos, só se manifestará quando for apresentado um fato concreto.
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