Após reportagem do DL Cultura publicada no último domingo (13) sobre a antecipação do Carnaval 2017 e o corte na verba destinada para as escolas de samba de Santos, o Diário do Litoral conversou com os moradores sobre a importância da festividade na cidade.
O assunto movimentou também as redes sociais do jornal, onde dezenas de leitores opinaram sobre a posição da Prefeitura. Na visão da internauta Luciana Rodriguinho, o Carnaval integra a rede das manifestações culturais do Brasil, mas o poder público não deveria destinar verbas.
"Não deveria ter recurso nenhum da prefeitura, temos outras prioridades. As escolas de samba que se virem, que façam eventos para arrecadar e que arrumem patrocínio privado. A única responsabilidade da prefeitura deve ser com a segurança e a infraestrutura do evento”, aponta
Já Raphael Ruiz tem uma opinião diferente. “As escolas de samba são grandes agentes disseminadores de cultura para população. Concordo que a prioridade deva ser saúde e educação, mas esse dinheiro que não irá pro carnaval, será usado nisso? Como muitas cidades, Santos mantém uma orquestra sinfônica, com músicos (com justiça) bem remunerados. Não vejo questionamentos dos gastos com essa cultura. Será porque é direcionada aos de melhor poder aquisitivo?”, destaca.
Nas ruas de Santos o assunto também é polêmico. A dona de casa Vilma Eleutério afirma que, embora não goste de assistir os desfiles na cidade, o evento faz parte do calendário oficial de Santos, atraindo turistas, e por esses motivos precisa receber apoio financeiro da Prefeitura. “Precisamos respeitar quem pensa diferente e quem tem tradição em pular o carnaval aqui. Embora não goste, penso que é bom para a cidade”, afirma.
A opinião é defendida pela atendente Elaine Leão. “Com a abertura da passarela do samba as festividades ficaram concentradas ali e não atrapalham mais o trânsito. É importante apoiar, pois traz turista e faz o dinheiro rodar na cidade”, destaca.
O auxiliar geral Jonatha Sodré discorda. “Não é cultura. O dinheiro que é investido poderia ser direcionado para as escolas que estão sem merenda e sem parque de diversões digno para as crianças na Zona Noroeste. Investem em algo que já perdeu a tradição há muito tempo”, pondera.
Carnaval 2016 custou mais de R$1,8 milhão aos cofres públicos
O carnaval deste ano em Santos consumiu diretamente mais de R$ 1,8 milhão. As escolas do Grupo Especial receberam, cada uma, R$ 181.250,00 de cachê. As integrantes do Acesso ganharam verba de R$ 93.750,00. Os valores começaram a ser pagos em setembro. As demais parcelas foram depositadas em outubro, janeiro e fevereiro.
As premiações pagas para as escolas vencedoras do grupo especial foram: R$ 31.900,00 (1º lugar), R$ 25.300,00 (2º), R$ 19.250,00 (3º) e R$ 15.620,00 (4º). Para o Grupo de Acesso, o valor foi de R$ 13.200,00 para a escola vencedora.
Os valores para o Carnaval 2017 ainda não foram definidos pela Administração. Sabe-se apenas que o repasse será menor em virtude da crise econômica do País. A Prefeitura de Santos informou, por meio de nota, que em reunião ocorrida no último dia 1º, na Secretaria Municipal de Cultura (Secult), a Administração reiterou seu compromisso em realizar os desfiles e solicitou à Liga um projeto com sugestões para a redução de custos. As propostas serão discutidas entre as agremiações e a Prefeitura.
Nesta quinta-feira (17) haverá uma reunião entre a Administração e as escolas para tratar sobre os repasses para este ano.
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