Polícia faz busca e apreensão em gabinete de vereador

Uma operação conjunta do Departamento de Investigações Gerais (DIG) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada na manhã de ontem, na Câmara de Guarujá, promoveu busca e apreensão no gabinete do vereador Givaldo dos Santos Feitoza, o Givaldo do Açougue (PSD), que está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) por suposto crimes de peculato (desvio de dinheiro público), concussão (exigir para si ou para outro dinheiro ou vantagem) e lavagem de dinheiro.

Segundo informações, os policiais também estiveram na residência e na empresa do parlamentar. Do gabinete do vereador, foi apreendido um computador e as salas dos assessores também foram vistoriadas. O mandado foi expedido pela 3ª Vara Criminal de Guarujá pelo juiz Edmilson Rosa dos Santos. A Polícia tem 20 dias – até 22 de setembro – para enviar um relatório das diligências e auto de apreensão.

Conforme apurado pela Reportagem, as denúncias partiram de um ex-assessor do vereador que, meses atrás, teria as encaminhado à Câmara que, por sua vez, resolveu arquivá-las. O ex-assessor, então, procurou ajuda do MP, que abriu inquérito e, posteriormente, ação judicial. O mandado de busca e apreensão é parte da ação e visa obter provas dos supostos crimes.   

No MP, há denúncias que Givaldo do Açougue teria utilizado indevidamente os serviços de funcionários comissionados para trabalhar em proveito dos comércios que possui. Também pesa sobre o parlamentar a acusação de obtenção de parte do salário de funcionários indicados por ele a cargos comissionados. Conforme informações do mandado, assessores de Givaldo possuíam duas contas na mesma agência bancária com suposto intuito de dificultar o rastreamento do dinheiro.   

Fraude

Givaldo do Açougue também está sendo investigado por concessão de atestado de trabalho falso a uma comissionada para que ela pudesse trabalhar em seu comércio e, por fim, ter cometido improbidade e crime contra a Administração Pública por intermédio de um sócio, ao vender produtos à Prefeitura por intermédio de dispensa de licitação, podendo caracterizar fraude.

Uma das informações obtidas durante a operação é que a empresa fornecedora à municipalidade possui o mesmo endereço de uma das empresas do vereador. A Justiça concedeu a quebra de sigilo bancário e fiscal de Givaldo do Açougue e os demais investigados. O vereador, que é candidato à reeleição na cidade, prestará depoimento para esclarecer as denúncias. Procurado ontem, ele não foi encontrado.