“Quando cheguei ao entorno do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e vi aquela multidão portando faixas, cartazes e balões, senti uma emoção que só não foi maior do que o momento da Marcha rumo ao Congresso Nacional, quando vi um verdadeiro mar de gente, quase 200 mil pessoas, lutando por seus direitos e civilidade.
Entretanto, essa emoção que me fez ir às lágrimas se transformou num ódio muito grande, que também me fez chegar às lágrimas, isto no exato momento da forte repressão policial que deu início às agressões em trabalhadores e aposentados, com tiros de balas de borracha e até com armas de fogo. Depois, foi o que todo mundo viu: confronto com mascarados infiltrados certamente por quem queria desviar o foco da mobilização”.
O relato é do sindicalista Beto Santos, diretor do Sindest, que participou da Marcha em Brasília, no último dia 24 de maio, na comitiva da NCST.
Ele prossegue: “Quando os helicópteros começaram a sobrevoar a multidão e lançar bombas de efeito moral foi o momento que chorei de raiva e um ódio dominou a minha alma. Já estávamos retrocedendo em direção à catedral porque era impossível seguir em frente. Era uma chuva de bombas e uma forte fumaça imediatamente tomou as áreas da Esplanada dos Ministérios. Enrolado numa bandeira do Brasil, tentei proteger olhos, nariz e boca com a própria bandeira e passei a gravar, com meu celular, as cenas que vão ficar em minha memória para sempre. E cada vez que eu olhar essas imagens será impossível silenciar a voz da indignação que, por certo, vai ficar guardada também comigo.”
Cotidiano
Rua Tolentino Filgueiras, no Gonzaga. Alagamento chegou a invadir comércios da região.
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O temporal que caiu ontem a tarde sobre a Baixada Santista foi um dos mais fortes registrados nos últimos 5 anos, em volume de chuva. Segundo dados do CPTEC (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), em menos de 3 horas choveu na região...