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Chatô, o Rei do Brasil estreia após 20 anos

Bárbara Farias

Publicado em 18/11/2015 às 14:00

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A história da produção de “Chatô, o Rei do Brasil” já renderia um roteiro para um próximo filme tendo Guilherme Fontes como personagem principal de uma trama polêmica.

Após 20 anos, condenações judiciais por mau uso do dinheiro público e mais de R$ 71 milhões em dívidas à Ancine, estreia nos cinemas nesta quinta-feira, dia 19 de novembro de 2015, “Chatô, o Rei do Brasil”. 

“Chatô, o Rei do Brasil” é o primeiro filme dirigido por Guilherme Fontes, com produção de sua empresa a GFF Filmes (Guilherme Fontes Filmes Ltda.), e co-produção da Rio Filme e da ZB Facilities (Zoebra Filmes Ltda-ME), empresa brasileira do premiador cineasta estadunidense Francis Ford Copolla, aberta em 1998 por causa do longa.

Baseado na obra homônima do escritor Fernando Morais, o filme conta a vida do magnata das comunicações Assis Chateaubriand. Chatô foi dono de uma série de jornais, fundou os Diários Associados e trouxe a televisão para o Brasil em 1950, tornando-se, a partir daí, o principal ator de um marco na comunicação brasileira.

O filme retrata a saga de Assis Chateaubriand, interpretado pelo ator Marco Ricca, a partir do momento em que ele sofre um Acidente Vascular Cerebral (AVC), um derrame, e revisita os principais acontecimentos de sua vida, seus amores, seus negócios e sua conturbada relação com o então presidente Getúlio Vargas (Paulo Betti).

img alt="Marco Ricca e grande elenco em Chatô - O Rei do Brasil (Foto/Frame)" src="https://s3.amazonaws.com/img.diariodolitoral.com.br/Cinema/chatô_o rei_do_brasil_02.jpg" style="height:400px; width:600px" />

A trama relembra os casamentos de Chatô com Maria Eudóxia (Letícia Sabatella) e Lola (Leandra Leal), e sua paixão não correspondida por Vivi Sampaio (Andréa Beltrão). O filme também mostra como Chateaubriand manipulava as notícias em seus veículos de comunicação.

Resta esperar pelo lançamento a fim de se estabelecer um novo ‘veredito’: se o filme é bom ou ruim.

A sorte está lançada, pois a polêmica gerada pode tanto levar multidões aos cinemas quanto o contrário. Parte do desfecho da história de Guilherme Fontes e seu filme é o resultado da bilheteria, do crivo do público e da crítica. Outra parte é o trânsito em julgado da ação, no âmbito judiciário ainda por vir.

Veja o vídeo do Cinema DL sobre o filme:

 

Os 20 anos de “Chatô, o Rei do Brasil”

As filmagens de “Chatô, o Rei do Brasil” começaram há 15 anos, segundo o diretor Guilherme Fontes, e foram interrompidas ao longo das últimas duas décadas por falta de verba.

A captação dos recursos para o filme junto à Agência Nacional de Cinema (Ancine), do Ministério da Cultura, por meio da Lei do Audiovisual (lei 8.685/93), começou em 1995. No final da década de 1990, Guilherme Fontes havia captado aproximadamente R$ 8,5 milhões para a produção, mas o filme não foi concluído, segundo ele, por falta de dinheiro.

Em 1995, o filme iniciou o seu calendário de produção que previa: 24 semanas de preparação, 21 semanas de filmagens e 28 semanas de finalização, com locações em cinco cidades brasileiras e dois países europeus. Com os inúmeros problemas, a produção se estendeu até 2004 e a finalização ocorreu em quatro etapas distintas, entre 2007 e 2015, quando o filme foi, finalmente, concluído.

Sem produção finalizada nos anos 90, a Ancine moveu processo judicial contra Guilherme Fontes alegando má utilização do dinheiro público.

Em 2008, a Controladoria-Geral da União determinou que Fontes e sua sócia Yolanda Machado Coeli deveriam devolver mais de R$ 36 milhões aos cofres públicos.

Dois anos depois, Fontes foi condenado a três anos de prisão por sonegação fiscal, mas teve a pena convertida em prestação de serviços comunitários. O diretor recorreu das duas punições e ainda não houve um julgamento definitivo.

Há um ano, foi divulgado que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a Guilherme Fontes a devolução de aproximadamente R$ 71 milhões ao Ministério da Cultura, sendo R$ 66,3 milhões referentes à dívida com a Ancine e mais R$ 5 milhões referentes a duas multas, no valor de R$ 2,5 milhões cada. Uma como pessoa física, e outra destinada à sua produtora, a GFF Filmes Ltda.

Na ocasião, o advogado de Fontes, Alberto Daudt de Oliveira, declarou à imprensa que seu cliente não poderia arcar com o pagamento da dívida.

Após muita polêmica, os dados estão lanAgora, com o lançamento do filme,

Compra dos direitos da obra

Aos 28 anos de idade, Guilherme Fontes adquiriu os direitos para cinema e TV do livro de Fernando Morais sobre Assis Chateaubriand, um dos homens mais importantes para a implementação das mídias de comunicação no país. Além disso, produziu, entre 1995 e 1999, 25 documentários e 12 debates sobre personagens e fatos que marcaram a história do Brasil e que são, indiretamente, personagens do filme - em co-produção com a Globosat.

Curiosidade

A produção de “Chatô – O rei do Brasil” demorou mais tempo para ser concluída do que a de “Boyhood”, do diretor Richard Linklater, que levou 12 anos, mais do que a produção e lançamento de todos os filmes da trilogia original de Star Wars e de todos os títulos da saga Harry Potter no cinema.

Sobre Assis Chateaubriand

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido por Assis Chateaubriand ou por Chatô (depois da biografia de Fernando Morais), nasceu em Umbuzeiro, no estado da Paraíba, no dia 5 de outubro de 1892, e morreu no dia 4 de abril de 1968, na cidade de São Paulo.

Chateaubriand tornou-se dono de um império jornalístico - os Diários Associados -, que reunia dezenas de jornais, revistas e estações de rádio. O empresário foi um dos homens mais influentes do Brasil, entre os anos 40 e 50, sendo pioneiro da televisão no país, fundando a TV Tupi em 1950. A primeira transmissão deu-se no dia 3 de abril daquele ano, através de aparelhos instalados no saguão do edifício dos Diários Associados.

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