Variedades
Pesquisas internacionais apontam riscos de parasitas e produtos químicos em um dos alimentos mais consumidos, enquanto a versão selvagem se mostra mais segura e nutritiva
Especialistas internacionais em segurança alimentar estão preocupados com a qualidade de peixes vendidos nos mercados / Imagem gerada por IA/ImageFX
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Nos últimos anos, profissionais de saúde e pesquisadores dedicados à segurança alimentar têm levantado alertas cada vez mais frequentes sobre a procedência de alguns peixes que chegam ao consumidor.
Embora continuem sendo valorizados como fontes importantes de nutrientes, muitos deles carregam problemas ligados ao modo como são criados e tratados antes de chegar ao prato, principalmente quando vêm de sistemas intensivos de aquicultura.
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Entre os casos que mais chamaram atenção recentemente está o de um peixe muito popular no Brasil, que ganhou destaque na imprensa internacional após especialistas da Espanha apontarem-no como o mais arriscado do mundo devido ao grande número de parasitas associados ao seu consumo.
O protagonista dessa discussão é o salmão. Reconhecido pelo sabor e pelos benefícios nutricionais, ele aparece no centro de estudos citados pelo jornal espanhol AS, que mencionam a presença de dezenas de tipos diferentes de parasitas no animal.
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Parte dessa contaminação tem relação com a fase inicial de vida do peixe, quando ele permanece próximo ao litoral e divide o ambiente com mamíferos marinhos, fundamentais para manter o ciclo de organismos parasitários que acabam atingindo os cardumes.
A inquietação aumenta quando o assunto é o salmão criado em cativeiro. Em fazendas de produção, esses peixes recebem rações industrializadas, compostas por farinha de outros peixes e diversos aditivos.
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Esse tipo de manejo, segundo especialistas ouvidos pelo AS, cria condições ideais para o surgimento e a disseminação de parasitas e impurezas.
Para evitar que doenças se espalhem nos tanques, é comum o uso repetido de antibióticos e pesticidas. Apesar de permitidos em quantidades específicas, esses produtos podem se acumular no organismo do peixe e, consequentemente, chegar ao consumidor, sobretudo em casos de consumo frequente.
Há também relatos de que, em algumas instalações, o nível de substâncias químicas utilizadas exige que os funcionários trabalhem com equipamentos de proteção completos. Mesmo aplicados cuidadosamente, esses compostos podem deixar rastros no ambiente de criação e interferir na qualidade final do pescado.
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Diante disso, cresce a importância de diferenciar o salmão selvagem do salmão de viveiro. O primeiro se alimenta de maneira natural e variada, adquirindo um perfil nutricional mais rico. Já o segundo, apesar de mais barato e facilmente encontrado, pode carregar implicações ligadas ao processo de criação intensiva.
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Ainda assim, o salmão mantém seu prestígio como alimento nutritivo. É uma fonte relevante de proteínas de alta qualidade e reúne minerais importantes para o organismo, como ferro, iodo, fósforo, selênio, magnésio e cálcio, além de ser um dos alimentos naturalmente ricos em vitamina D.
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Seus compostos anti-inflamatórios também oferecem benefícios à pele e ao bem-estar geral, desde que o consumo seja equilibrado e o produto tenha procedência confiável.