Saúde

Vacinas da Covid-19 podem ajudar no combate de alguns tipos de câncer

Uma pesquisa aponta que imunizantes de mRNA, como Pfizer e Moderna, podem reforçar a eficácia de terapias contra câncer de pulmão e pele

Giovanna Camiotto

Publicado em 28/10/2025 às 17:52

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Pacientes vacinados com Pfizer ou Moderna viveram mais durante imunoterapia / Pexels

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Uma pesquisa descobriu que a fórmula mais usada das vacinas contra a Covid-19 pode oferecer um benefício surpreendente para alguns pacientes com câncer,  estimulando o sistema imunológico a combater tumores.

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Pessoas com câncer avançado de pulmão ou de pele que estavam tomando determinados medicamentos de imunoterapia viveram significativamente mais tempo se também receberam uma dose da Pfizer ou da Moderna dentro de 100 dias após o início do tratamento, segundo pesquisa preliminar divulgada pela revista Nature.

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Em vez disso, a molécula que compõe essas vacinas, o mRNA, parece ajudar o sistema imunológico a responder melhor aos tratamentos oncológicos mais modernos, concluíram pesquisadores do MD Anderson Cancer Center, em Houston, e da Universidade da Flórida.

O imunizante “atua como uma sirene para ativar células imunológicas por todo o corpo”, disse o pesquisador responsável, Dr. Adam Grippin, do MD Anderson. “Estamos sensibilizando tumores resistentes à imunoterapia.”

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O Secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., tem levantado ceticismo sobre as vacinas de mRNA, reduzindo em US$ 500 milhões o financiamento para alguns usos da tecnologia.

Estudo relaciona imunizantes de mRNA a melhor resposta em tratamentos contra câncer/Pexels
Estudo relaciona imunizantes de mRNA a melhor resposta em tratamentos contra câncer/Pexels
mRNA pode despertar células de defesa e torná-las mais sensíveis ao tumor/Pexels
mRNA pode despertar células de defesa e torná-las mais sensíveis ao tumor/Pexels
Pesquisadores estudam combinar vacinas de COVID-19 com inibidores de checkpoint/Pexels
Pesquisadores estudam combinar vacinas de COVID-19 com inibidores de checkpoint/Pexels
Sobrevivência quase dobrou entre pacientes com câncer de pulmão vacinados/Pexels
Sobrevivência quase dobrou entre pacientes com câncer de pulmão vacinados/Pexels
Vacinas tradicionais, como a da gripe, não mostraram o mesmo efeito clínico/Pexels
Vacinas tradicionais, como a da gripe, não mostraram o mesmo efeito clínico/Pexels

Mas a equipe considera os resultados tão promissores que já prepara um estudo mais rigoroso para avaliar se as vacinas de mRNA contra o coronavírus devem ser combinadas a medicamentos contra câncer chamados inibidores de checkpoint, uma etapa intermediária enquanto novos imunizantes de mRNA específicos para câncer são desenvolvidos.

Um sistema imunológico saudável geralmente elimina células cancerígenas antes que se tornem uma ameaça. Mas alguns tumores evoluem para se esconder do ataque imunológico. Os inibidores de checkpoint removem essa camuflagem. É um tratamento potente, quando funciona. Em alguns pacientes, as células de defesa ainda não reconhecem o tumor.

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O mRNA, ou RNA mensageiro, está presente naturalmente em todas as células e traz instruções genéticas para a produção de proteínas. Embora tenha se tornado mais conhecido pela tecnologia premiada com o Nobel por trás das vacinas da COVID-19, cientistas tentam há anos criar vacinas terapêuticas personalizadas de mRNA para treinar o sistema imunológico a identificar características únicas de tumores em cada paciente.

Pode dar certo!

A nova pesquisa oferece “uma pista muito boa” de que talvez uma abordagem pronta, não personalizada, também possa funcionar, afirmou o Dr. Jeff Coller, especialista em mRNA da Universidade Johns Hopkins, que não participou do estudo. “O que mostra é que medicamentos baseados em mRNA continuam nos surpreendendo em como podem beneficiar a saúde humana.”

Grippin e sua equipe vinham desenvolvendo vacinas personalizadas contra o câncer quando perceberam que mesmo um imunizante criado sem um alvo específico parecia estimular atividade imunológica semelhante contra tumores. Ele então questionou se as vacinas de mRNA contra a COVID-19, já amplamente disponíveis, poderiam ter o mesmo efeito.

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A equipe analisou registros de quase 1.000 pacientes com câncer avançado em tratamento com inibidores de checkpoint no MD Anderson, comparando aqueles que receberam uma dose da Pfizer ou Moderna com os que não foram vacinados.

Pacientes com câncer de pulmão vacinados tinham quase o dobro de chance de estarem vivos três anos após o início do tratamento, em comparação com os não vacinados.

Entre pacientes com melanoma, a sobrevivência mediana também foi significativamente maior entre os vacinados, mas o valor exato não pôde ser definido porque muitos ainda estavam vivos quando os dados foram analisados. Vacinas não baseadas em mRNA, como a da gripe, não apresentaram impacto, segundo o estudo.

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Entenda melhor no vídeo publicado pelo Meteoro Brasil.

 

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