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Mas, a instituição idealizada por Cônego Domênico Rangoni para atender a população dependente da rede pública de saúde passou a enfrentar sérios problemas financeiros e de gestão nos últimos 15 anos.
“O Santo Amaro foi usado nocivamente. Abrigou interesses políticos dos mais diversos. Ao longo desses 15 anos, o Santo Amaro teve seu patrimônio sucateado, tanto no seu aspecto físico como de equipamento. Pouco se investiu na qualificação profissional dos seus funcionários. O Santo Amaro, visto como uma ferramenta política local, passou a não ser visto como deveria por outros níveis de governo, como, por exemplo, o Governo estadual”, afirmou o presidente da Associação Santamarense de Beneficência do Guarujá, Urbano Bahamonde Manso.
Segundo Bahamonde, 85% do atendimento do Hospital é SUS e o déficit mensal chega a atingir R$ 1 milhão. “O SUS paga R$ 10 por uma consulta médica ao Santo Amaro, mas a consulta custa R$ 24 para nós. E isso nos traz um rombo imenso”.
Bahamonde defende uma contrapartida maior dos governos municipal, estadual e federal para o hospital. “Nós voltamos a ter um relacionamento muito positivo com o Governo do Estado. E, está vendo que o Santo Amaro é importante estrategicamente. O Santo Amaro recebe gente de toda a Baixada, de Bertioga, acidentes com traumas da Rio-Santos e da Domenico Rangoni”, disse Bahamonde.
Além do repasse do SUS pelo Governo Federal o HSA também recebe mensalmente R$ 180 mil do programa estadual Pró-Santas Casas. “A contrapartida do hospital é oferecer traumatologia, oncologia, e outros serviços para outras cidades”.
HSA
Inaugurado em 22 de abril de 1962, o HSA foi idealizado por Cônego Domênico Rangoni, que não poupou esforços na edificação, levantando doações para que o hospital, na época com atendimentos de maternidade e pediatria, uma necessidade do Município, se tornasse realidade.
O HSA contava, na época, com 100 leitos, depois foi ampliado e, em 1983, passou a contar com um novo prédio e 400 leitos. Don Domênico também o responsável pela fundação da Sociedade Santamarense de Beneficência do Guarujá, mantenedora do Hospital Santo Amaro.
Após o falecimento de Don Domênico houve dificuldades em manter o único hospital de Guarujá a atender pelo SUS. Para evitar a paralisação do atendimento SUS, a Prefeitura decretou a intervenção municipal, que durou aproximadamente quinze anos, e terminou na administração do então prefeito Farid Madi.
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