Saúde

Rodízio no antigo Crei de SV causa horas de espera

Médicos fazem ‘esquema especial’ e pacientes aguardam mais de seis horas. Prefeitura disse que ‘esquema especial’ dos médicos não tem o apoio da Secretaria da Saúde

Publicado em 02/06/2015 às 10:31

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Após seis horas de espera, a dona de casa Monica Marinho conseguiu ser atendida pelo traumatologista no Hospital Municipal de São Vicente, o antigo Crei. Com uma tala no pé, a moradora da Vila Cascatinha estava encostada na porta de entrada da unidade, no momento em que a equipe do Diário do Litoral chegou ao local, na tarde de ontem. Outras dezenas de pessoas esperavam atendimento. Muitas, desde as primeiras horas da manhã.

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“Os médicos estão de greve. Atendem cinco pessoas por hora e quando chega emergência eles vão atender. Só tem um médico por especialidade. Cheguei as 9h30 e estava mais cheio. Só fui atendida agora. Muita gente foi embora sem ser atendida”, disse Monica. A dona de casa relatou que durante as sete horas que passou na unidade presenciou alguns tumultos provocados pelo rodízio dos médicos.

A dona de casa Maria Lucia, de 54 anos, também aguardava por atendimento médico. Acometida por uma gripe forte, a moradora da Vila Margarida estava no Hospital Municipal desde as 11h30. “O ser humano não tem valor. A situação está bem triste. Nunca tinha visto aqui. Estão atendendo cinco pessoas a cada hora. Tem gente muito mal aí dentro”, afirmou.

Com o marido internado na unidade, a dona de casa Elizabeth Diniz, moradora do Jardim Irmã Dolores, disse que a situação na unidade é complicada. “O corredor do primeiro andar está cheio de gente, assim como os quartos. Um absurdo. Meu marido esperou oito horas para ser internado. O exame de sangue dele, que domora três horas para ficar pronto, saiu mais rápido que a medicação”.

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Dezenas de pessoas esperavam atendimento médico na tarde de ontem (Foto: Matheus Tagé/ DL)

A Reportagem chegou ao Hospital Municipal por volta das 15h30. Dezenas de pessoas aguardavam sentadas no salão principal e na antesala que dá acesso aos consultórios.

Algumas estavam agachadas, pois não havia mais bancos para acomodá-las. Na porta principal, além das pessoas entrevistadas outras faziam questão de destacar a hora que chegaram ao local – entre 9h e 10h – e o aviso dos funcionários. “As funcionárias já avisam logo, porque o pessoal que espera para ser atendido fica brigando. A gente sabe que não é culpa delas, mas alguém precisa fazer alguma coisa. Onde já se viu fazer rodízio de atendimento. Fecha as portas logo”, disse uma das pacientes.

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A Prefeitura de São Vicente informou, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), que os médicos do Hospital Municipal receberam seus salários em dia e que no decorrer da semana devem receber a produtividade.

Segundo a Administração Municipal, o “esquema especial” realizado por esses profissionais, que prejudica somente a população que precisa de assistência, não tem o apoio da Secretaria da Saúde.

Doação de sangue

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Enquanto aguardavam atendimento médico, um pedido inesperado de socorro chegou aos pacientes. Um enfermeiro, preocupado com o estoque de sangue da unidade fez um apelo na recepção do hospital. A Cidade não conta com Banco de Sangue.

“O enfermeiro da UTI pediu para que quem pudesse fosse até o Hospital Guilherme Álvaro doar sangue e dizer que é para o Crei. Ele disse que tem gente morrendo na UTI por falta de sangue. Pediu para falarmos com amigos e parentes. Estou doente, mas penso em ir lá na semana que vem. Acho que a gente precisa ajudar”, disse a dona de casa Priscila Silva.

Com relação à falta de sangue, a Secretaria da Saúde disse que é uma questão regional, e que em breve lançará campanha de doação nas redes sociais para o incentivo à doação para o Hemonúcleo de Santos, órgão  que abastece todos os hospitais da Região.
 

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