Saúde

Remédio contra insônia aprovado pela Anvisa pode aposentar o zolpidem no Brasil

Com menor potencial de dependência e efeitos colaterais, o Dayvigo surge como alternativa segura para tratar distúrbios do sono.

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 17/09/2025 às 19:05

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Lemborexante é um medicamento comercializado sob o nome Dayvigo, da farmacêutica japonesa Eisai / Divulgação/CFF

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A busca por uma noite de sono tranquila pode estar mais próxima de milhões de brasileiros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o lemborexante, medicamento comercializado sob o nome Dayvigo, da farmacêutica japonesa Eisai, considerado por pesquisadores internacionais como a opção mais eficaz e segura contra a insônia.

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O novo fármaco representa um marco no tratamento dos distúrbios do sono. Diferente dos remédios tradicionais, como benzodiazepínicos e drogas Z (caso do zolpidem), o lemborexante atua bloqueando sinais que mantêm o cérebro acordado, sem reduzir a atividade do sistema nervoso central.

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Isso significa menor risco de dependência e efeitos colaterais graves, problemas que há décadas desafiam médicos e pacientes.

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Reconhecimento internacional

Pesquisadores da Universidade de Oxford classificaram o lemborexante como a opção com o melhor perfil de eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade em um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet.

Entre 36 medicamentos analisados, o Dayvigo liderou a lista, chamando a atenção da comunidade médica mundial.

A dose recomendada pela Anvisa é de 5 mg por noite, minutos antes de dormir, com pelo menos 7 horas de intervalo até o despertar. Em casos específicos, pode ser ampliada para 10 mg, sempre com prescrição médica. O uso é liberado apenas para adultos.

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Diferença em relação aos tratamentos atuais

Desde os anos 1960, medicamentos como clonazepam e zolpidem dominam o mercado, mas carregam riscos conhecidos: dependência, prejuízos cognitivos e até episódios de sonambulismo e paradas respiratórias, principalmente quando associados ao álcool.

O lemborexante surge como alternativa ao oferecer a mesma eficácia com menor potencial de abuso. Para especialistas, o novo medicamento preenche uma lacuna terapêutica importante, especialmente no Brasil, onde o consumo de remédios para insônia cresce de forma acelerada.

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O desafio da insônia no Brasil

Estudos do Instituto do Sono revelam que duas em cada três pessoas têm dificuldades para dormir, e 15% sofrem de insônia crônica diagnosticada.

Apesar de terapias não medicamentosas, como a higiene do sono e a terapia cognitivo-comportamental, serem recomendadas como primeira linha de tratamento, milhões recorrem aos remédios.

Somente em 2024, foram vendidas 16 milhões de caixas de zolpidem no país — um aumento de três vezes em relação a uma década atrás. Hoje, cerca de 18 milhões de brasileiros (8,5% da população) usam medicações para dormir.

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Especialistas alertam que, mesmo com o Dayvigo, o uso de medicamentos deve ser controlado e por tempo limitado, sempre com acompanhamento médico.

A expectativa, no entanto, é que o lemborexante represente uma virada no tratamento da insônia, oferecendo noites de descanso mais seguras e eficazes para quem convive com o problema.

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