Lemborexante é um medicamento comercializado sob o nome Dayvigo, da farmacêutica japonesa Eisai / Divulgação/CFF
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A busca por uma noite de sono tranquila pode estar mais próxima de milhões de brasileiros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o lemborexante, medicamento comercializado sob o nome Dayvigo, da farmacêutica japonesa Eisai, considerado por pesquisadores internacionais como a opção mais eficaz e segura contra a insônia.
O novo fármaco representa um marco no tratamento dos distúrbios do sono. Diferente dos remédios tradicionais, como benzodiazepínicos e drogas Z (caso do zolpidem), o lemborexante atua bloqueando sinais que mantêm o cérebro acordado, sem reduzir a atividade do sistema nervoso central.
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Isso significa menor risco de dependência e efeitos colaterais graves, problemas que há décadas desafiam médicos e pacientes.
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Pesquisadores da Universidade de Oxford classificaram o lemborexante como a opção com o melhor perfil de eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade em um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet.
Entre 36 medicamentos analisados, o Dayvigo liderou a lista, chamando a atenção da comunidade médica mundial.
A dose recomendada pela Anvisa é de 5 mg por noite, minutos antes de dormir, com pelo menos 7 horas de intervalo até o despertar. Em casos específicos, pode ser ampliada para 10 mg, sempre com prescrição médica. O uso é liberado apenas para adultos.
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Desde os anos 1960, medicamentos como clonazepam e zolpidem dominam o mercado, mas carregam riscos conhecidos: dependência, prejuízos cognitivos e até episódios de sonambulismo e paradas respiratórias, principalmente quando associados ao álcool.
O lemborexante surge como alternativa ao oferecer a mesma eficácia com menor potencial de abuso. Para especialistas, o novo medicamento preenche uma lacuna terapêutica importante, especialmente no Brasil, onde o consumo de remédios para insônia cresce de forma acelerada.
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Estudos do Instituto do Sono revelam que duas em cada três pessoas têm dificuldades para dormir, e 15% sofrem de insônia crônica diagnosticada.
Apesar de terapias não medicamentosas, como a higiene do sono e a terapia cognitivo-comportamental, serem recomendadas como primeira linha de tratamento, milhões recorrem aos remédios.
Somente em 2024, foram vendidas 16 milhões de caixas de zolpidem no país — um aumento de três vezes em relação a uma década atrás. Hoje, cerca de 18 milhões de brasileiros (8,5% da população) usam medicações para dormir.
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Especialistas alertam que, mesmo com o Dayvigo, o uso de medicamentos deve ser controlado e por tempo limitado, sempre com acompanhamento médico.
A expectativa, no entanto, é que o lemborexante represente uma virada no tratamento da insônia, oferecendo noites de descanso mais seguras e eficazes para quem convive com o problema.